Correio Braziliense, n. 21349, 28/08/2021. Política, p. 2

Lira: "Não haverá nada no 7 de Setembro"
Rosana Hessel
Luana Patriolino
28/08/2021



O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tentou acalmar o mercado financeiro sobre a questão dos conflitos nas ruas no 7 de Setembro entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e opositores. Segundo ele, não haverá conflitos no feriado.
"Só se fala em 7 de Setembro. O humor das Bolsas e do mercado está na hipótese do 7 de Setembro. Pelo amor de Deus, não haverá nada no 7 de Setembro", enfatizou Lira, ontem, durante evento em São Paulo para empresários e investidores. Bolsonaristas ameaçam invadir o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) no feriado.

"Todos aqui, numa questão muito prática, têm de concordar comigo que o presidente Bolsonaro é quem pauta este país. Certo ou errado, ele pautou a situação do voto impresso e, agora, como o 7 de Setembro. Nunca se falou tanto de 7 de setembro, pelo menos desde que eu me entendo por gente", acrescentou, ao lado dos presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

De acordo com o parlamentar, será preciso que o governo e as autoridades se esforcem para que os movimentos de rua aconteçam, grandes ou pequenos, e que sejam pacíficos. Ele reforçou que o Congresso é "reformista e apaziguador". "A gente tem trabalhado para distensionar, dirimir e exterminar com as versões", disse.

Segurança
O Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a segurança na instituição e se prepara para evitar ataques no 7 de Setembro. Segundo fontes ouvidas pelo Correio, desde o acirramento da tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e a Corte, o órgão passou a temer atos violentos. A Câmara e o Senado também aumentaram a guarda nas entradas e passaram a restringir o acesso.

O Comando Militar do Planalto está em estado de alerta e se prepara para enfrentar possíveis conflitos de grupos pró e contra o governo Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios durante o feriado. Ainda não existe nenhum planejamento especial fechado, mas as equipes estudam pontos estratégicos para evitar ataques aos órgãos.

Em Brasília, local de maior tensão do país, por ser o centro do poder, a Secretaria de Segurança Pública disse que "as forças de segurança do Distrito Federal atuarão de forma integrada" e que "é feito planejamento prévio, com a participação dos envolvidos, a fim de garantir a segurança dos participantes e da população em geral". No entanto, a pasta não respondeu se recebeu algum ofício do STF ou de outros Poderes para reforçar a segurança nos locais antes ou durante o 7 de Setembro.