Título: BNDES aposta em exportação de serviço
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 31/03/2005, Economia & Negócios, p. A27

Banco elevará investimentos em empresas de áreas como engenharia e tecnologia dispostas a disputar mercado internacional

Na maior investida para impulsionar a exportação de serviços para novos mercados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) permitirá que investimentos em engenharia, soluções de projetos e tecnologias respondam por até 65% do seu financiamento. Até então, os serviços não podiam consumir mais de 35% do desembolso, já que esbarrava na fatia de 65% destinada a máquinas e equipamentos, antigas prioridades do banco.

A partir de agora, serviços de construção civil e de engenharia poderão consumir até mesmo todo o empréstimo dado pelo BNDES, dependendo de aval da diretoria.

- Isso é o BNDES começando a funcionar como Eximbank - resume o diretor de Planejamento do BNDES, Antônio Barros de Castro, referindo-se aos bancos de fomento à exportação a que têm acesso Japão, China, Estados Unidos, Canadá e União Européia.

Ao aumentar o tamanho do crédito para a exportação de serviços, o BNDES empurra empresas para concorrências internacionais. Castro afirma que as regras anteriores, que exigiam percentual elevado de máquinas e equipamentos no total do crédito, limitavam empresários a participar de concorrências somente na América Latina e África.

- Não vamos mais querer vender engenharia somente para África e América Latina. Já estamos disputando na Europa e vamos querer disputar na Ásia - disse.

Para flexibilizar as regras, o BNDES convocou empresas especializadas em desenvolver projetos inteiros.

- Acontece que a engenharia tem se tornado cada vez mais baseada em idéias, soluções integradas, e estamos abrindo essa porteira aceitando financiar vendas de engenharia com baixo percentual de associados porque a dosagem de serviços de intangíveis de inteligência vai aumentar - completou o executivo.