Correio Braziliense, n. 20596, 13/10/2019. Cidades, p. 17

Paulo Henrique Costa, diretor presidente do Banco de Brasília (BRB)

Entrevista: Paulo Henrique Costa


Qual é a proposta por trás da medida de reduzir a taxa de crédito imobiliário?

Há duas questões-chave: a primeira é que o crédito imobiliário é o produto que atrai mais relacionamento com o cliente. Ou seja, quem vem e faz o crédito imobiliário fica muito tempo com o banco, e queremos atrair novos clientes, valorizar e garantir a permanência dos que aqui estão. O segundo movimento é o de estimular o desenvolvimento da economia local, mostrar que o BRB, como banco de desenvolvimento e de fomento, cumpre seu papel, estimulando toda a cadeia produtiva da construção civil.

Como essa decisão beneficiará clientes do banco?

Além de rever as taxas, reorganizamos todo o nosso processo de crédito imobiliário. Avaliamos todos os nossos clientes, servidores públicos ou não e, hoje, eles têm crédito pré-aprovado. Quem foi aprovado tem um valor que vai conseguir consultar no próprio aplicativo do banco a partir de segunda-feira. Fizemos parceria com uma série de construtoras: ou as que têm financiamento da obra dentro do próprio BRB, ou as que fizeram convênio com o banco para esses empreendimentos. Assim, os clientes do BRB não vão precisar trazer nenhum documento, pois temos documento da empresa, vendedora do empreendimento e a documentação do cliente. É uma revisão de processo que visa diminuir o tempo de concessão do crédito imobiliário para cinco dias úteis. Queremos mudar a experiência do cliente com o crédito imobiliário, tendo a melhor taxa, o melhor atendimento e o melhor processo de concessão, aproximando-nos tanto do cliente pessoa física quanto pessoa jurídica.

O setor produtivo está em um patamar seguro para um movimento como esse?

A economia do DF está crescendo duas vezes mais do que a nacional. A indústria da construção civil fez uma quantidade de lançamentos significativa. Neste ano, fechamos contratos de oito empreendimentos, contra três no ano passado. Estamos percebendo o aumento dos lançamentos. Há um conjunto de elementos que nos interessam, do ponto de vista de fidelizar os clientes, e representam aceleração da economia do DF. Vemos um número histórico baixo de estoque de imóveis para pessoa física. Há aceleração na velocidade de vendas, e a gente acredita que é o momento adequado de o BRB atrair clientes para este novo momento. É um momento em que apostamos no crescimento, na modernização e no aumento da competitividade do BRB.

Se houver mudanças na economia, com pessoas ainda receosas para comprar um imóvel, quais seriam as perdas para vocês?

Esse é um viés negativo para falarmos. Claro que a economia do país pode, em algum momento, mudar. Você pode ter um aumento de taxas de juros, e a atual não permanecer assim para sempre. Mas prefiro olhar pelo outro lado, que a economia teve uma aceleração no DF, que o sistema financeiro se movimentou e reduziu as taxas, e o BRB foi junto. É importante que as pessoas aproveitem — porque essa é a menor taxa da história nessa modalidade de financiamento — para realizar o sonho da casa própria.

O que mais é importante destacar para a população sobre essa oportunidade?

Que fizemos um movimento de simplificação do processo. Hoje, o BRB é o único banco em que — se você tiver conta-corrente, a obra for financiada pelo banco ou a construtora tiver convênio conosco — é possível fazer operação de crédito imobiliário sem fornecer nenhum documento adicional. Por isso, trata-se de um movimento de revisão de processos; de conquista e melhora do atendimento do cliente; e de ganho de eficiência.

As condições valerão apenas para imóveis de pessoas físicas e jurídicas?

Não. Também estamos melhorando as condições de financiamento dos imóveis retomados pelo BRB, os que chamamos de bens não de uso (do banco, BNDU). Estamos baixando para uma taxa promocional de 6,75% (ao ano, mais TR), com máxima de 7,5%, seja no SFH (Sistema Financeiro de Habitação) ou no SFI (Sistema Financeiro Imobiliário). São públicos diferentes e tipos de imóveis diferentes. Aqui, no caso da pessoa física, são imóveis que as pessoas olharam com cuidado, escolheram e que estão maduros para comprar. No BNDU, são negócios de oportunidade, e a quantidade é relativamente pequena.

Frases

"Quem vem e faz o crédito imobiliário fica muito tempo com o banco, e queremos atrair novos clientes, valorizar e garantir a permanência dos que aqui estão”

"Estamos percebendo o aumento dos lançamentos. Há um conjunto de elementos que nos interessam, do ponto de vista de fidelizar os clientes, e representam aceleração da economia do DF”

"É importante que as pessoas aproveitem para realizar o sonho da casa própria”