Correio Braziliense, n.20740, 05/03/2020. Cidades. p.20

Casos suspeitos chegam a 18

Alan Rios   


Segundo boletim do Ministério da Saúde, aumentaram os quadros sob investigação em hospitais públicos e privados do Distrito Federal. Universidade de Brasília cria comitê para monitorar a situação

Hospitais do Distrito Federal tratam 18 pacientes com suspeita de infecção por coronavírus. O Ministério da Saúde divulgou o aumento de quatro investigações na capital. Os números mais recentes mostram ainda que dois casos sob análise no DF foram descartados. A Secretaria de Saúde informou que a crescente dos dados segue tendência mundial. A pasta não divulgou em quais unidades estão internados os pacientes, mas eles se dividem entre as redes pública e privada.

Além da população em geral, instituições acompanham os boletins. É o caso da Universidade de Brasília (UnB), que criou o Comitê Gestor do Plano de Contingência em Saúde do Covid-19. O grupo monitora diariamente a evolução da situação epidemiológica da capital e começou a desenvolver planejamentos para uma possível confirmação de infecção no DF. Fazem parte dele especialistas do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), das Faculdades de Ciências da Saúde (FS), de Medicina (FM), dos Institutos de Ciências Biológicas (IB), de Psicologia (IP) e do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

“Esse comitê vai se reunir todas as segundas e sextas-feiras para discutir o que está acontecendo no mundo, no Brasil e no DF, para decidir como lidar com o vírus na comunidade acadêmica, dependendo de cada situação”, adiantou o professor Ileno Izídio da Costa, decano de Assuntos Comunitários. A UnB também divulgou recomendações a estudantes e colaboradores da universidade. Entre elas: intensificação de medidas de higiene das mãos e da respiração, conforme cartilha do Ministério da Saúde, e orientação de atenção primordial aos sintomas respiratórios para quem visitou recentemente algum dos países com registro de transmissão do vírus.

Uma das bases do comitê será evitar o pânico e as fake news em ações integradas. “Como somos estudiosos e pesquisadores, vamos contribuir com o GDF e com o Ministério da Saúde sobre como combater as desinformações e o vírus, conforme a cultura local. Os professores que fazem parte participaram dos comitês do Ministério da Saúde e do GDF, pois são epidemiologistas e pesquisadores”, elucidou.

Notícia falsa

Diante do temor mundial quanto à epidemia do coronavírus, as informações da nova variação da doença começaram a tomar proporções maiores. Porém, diversas notícias falsas ganham força entre o que é fato. O mais novo alvo das fake news é o álcool em gel. Um vídeo que vinha sendo compartilhado no WhatsApp aborda a suposta ineficácia do produto, o que motivou um comunicado do Conselho Federal de Química (CFQ), desmentindo a fala de um homem que se diz “químico autodidata”.

A mais nova informação inverídica é a de que o ar que o motorista respira dentro de um carro recém-desinfetado com álcool em gel pode registrar um falso positivo no teste do bafômetro. Um youtuber publicou essa afirmação na internet com um teste realizado em um bafômetro individual e alcançou milhares de pessoas. Porém, o Departamento de Trânsito (Detran) esclareceu ao Holofote, núcleo de checagens do Correio, que esse equipamento não é oficial. “Não é possível que o teste do etilômetro acuse um falso positivo em razão do manejo de álcool em gel no interior do veículo. De acordo com a Resolução nº 432, de 2013, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), para efeitos de fiscalização de trânsito, o teste de dosagem de alcoolemia deve ser feito por meio de aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar (etilômetro)”, informou a autarquia. A verificação completa pode ser conferida em https://www.correiobraziliense.com.br/holofote.

Colaborou Celimar Meneses

(estagiário sob supervisão de Guilherme Goulart)