Correio Braziliense, n. 20594, 11/10/2019. Economia, p. 6

Bolsa sobe e dólar também

Rafaela Gonçalves


O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), acelerou alta com expectativa otimista em relação ao acordo comercial entre Estados Unidos e China, com reuniões marcadas para hoje. O índice que chegou a registrar 102.463 pontos por volta de 12h21 terminou a sessão com alta de 0,56% a 101.817 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 13,962 bilhões.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou que se encontrará com o vice-primeiro-ministro chinês Liu He para discutir as tratativas, reforçando os ânimos do mercado. “Havia receio se esse encontro ocorreria ou não, mas dessa vez, parece que vai sair uma negociação mais madura, dando uma reviravolta ao redor do mundo e, principalmente, na bolsa brasileira. Os países emergentes se beneficiam muito com a negociação que poria fim à guerra comercial, tendo em vista que são os nossos maiores parceiros comerciais”, avalia o  sócio e head de produtos da Monte Bravo, Rodrigo Franchini.

No cenário interno, os investidores repercutem o leilão  de petróleo realizado pela ANP, que precede o megaleilão do pré-sal, com arrecadação total de R$ 8,9 bilhões. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, chegou a dizer que o leilão superou todas as expectativas e que demonstra que a política para o setor está no rumo certo. “O leilão trouxe uma boa receita para a União e mostra que empresas estrangeiras estão de olho no Brasil”, diz economista-chefe da G2W Investimentos, Ciro Almeida.

A rede de joalherias Vivara estreou hoje na B3 movimentando também o mercado doméstico. A empresa iniciou o pregão com valor de mercado de R$ 5,7 bilhões, com as ações precificadas em R$ 24. A faixa de preço indicativa era de R$ 21,17 a R$ 25,40.

 

Câmbio

O dólar comercial manteve a tendência de alta com a divulgação dos dados da inflação dos Estados Unidos que não tiveram alteração, permanecendo estável. Por aqui, saíram os indicadores de vendas do varejo medidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registraram uma retração de 0,1%. Com isso, a moeda norte-americana terminou com alta de 0,35%, cotada a R$ 4,123.

Os dados reforçam que a taxa de juros brasileira, Selic, deve cair mais rápido que a americana, prejudicando algumas operações. “O mercado começa a analisar que o Fed (Banco Central Americano) vai reduzir juros, mas não na mesma intensidade e velocidade que os investidores esperavam, com isso, deve haver fuga do real, que se torna menos atrativo, em busca de ativos mais seguros, como o dólar”, avalia Franchini.

 

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira