Título: Paulo Octávio contra verticalização
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Fonte: Jornal do Brasil, 06/04/2005, Brasília, p. D3

A verticalização é um fantasma que ronda o processo de sucessão ao Palácio do Buriti. Preocupado com a possibilidade de ver impedidas as chances de uma composição com PP, PL e o próprio PMDB, que ultimamente tem se aproximado do Palácio do Planalto, o senador Paulo Octávio, presidente regional do PFL e pré-candidato ao GDF, reuniu ontem durante um almoço oito lideranças partidárias para discutir possíveis cenários em 2006 e tentar uma aliança entre as legendas. Participaram do encontro o deputado federal Jorge Pinheiro (PL), o distrital Odilon Aires (PMDB) e os dirigentes partidários Cícero Miranda (PT do B), Francisco Ferraz (PHL), Manoel Carneiro (Prona), Benedito Domingos (PP) e Geraldo Campos (PSDB). Os dirigentes marcaram reuniões mensais para todo dia 5 e, para o próximo encontro, esperam agregar o presidente do PDT-DF, Georges Michel.

A aproximação do PMDB com o governo federal e uma possível aliança com o PT para a Presidência da República em 2006 pode acabar restringindo as possibilidades de composições do PFL no DF, apesar das boas relações que Paulo Octávio mantém com Planalto. Neste quadro, uma alternativa seria o PSDB, embora o partido já tenha um nome lançado para a sucessão: o da vice-governadora Maria de Lourdes Abadia, que só poderá concorrer ao Buriti, caso Roriz deixe o cargo, sendo cabeça da chapa. No entanto, o senador prefere falar nas chances de uma ampla coligação já que a reforma política ainda tramita no Congresso.

- Todos entenderam que unidos seremos vitoriosos. São partidos que caminham juntos há muito tempo - disse Paulo Octávio.

Cauteloso, Benedito Domingos, que também vem sendo flertado pelo PT, afirma que estão todos ''reféns'' de uma situação nacional, e que não há como falar em coligação neste momento.

- A posição de Roriz hoje é uma incógnita. Se ele resolver ficar mesmo no governo até o final, abre um leque de oportunidade de composições - avalia o pepista. O ex-vice-governador acredita que o PP é uma força política importante no cenário local, e ressalta que ele e o então candidato a senador Jofran Frejat aglutinaram mais de 500 mil votos.

Cotado para candidatar-se a uma vaga no Senado, Roriz articula uma projeção nacional dentro do PMDB. O almoço marcado para ontem, na residência oficial de Águas Claras, com os deputados federais Michel Temer (SP), presidente nacional da sigla, e Geddel Vieira (BA) foi transferido para hoje. O governador apresentará a intenção de realizar uma série de visitas a lideranças do PMDB em todo o País pregando a união da legenda, que hoje divide-se em alas que apoiam o governo Lula e que fazer oposição. (MS)