Correio Braziliense, n. 20726, 20/02/2020. Brasil, p. 6

Olímpio faz alerta

Bruna Lima
Renato Souza


 

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), alertou, em entrevista ao Correio, que é “extremamente delicada e perigosa” a onda de insatisfação entre membros das polícias militares, de diferentes estados do país, com “baixos salários e péssimas condições de trabalho”.

“A Constituição Federal proíbe os membros das Forças Armadas e das polícias de fazerem greve. Então, alguns governadores acreditam que, em razão disso, podem adiar o atendimento a diversos pleitos desses segmentos. Mas chega o dia em que a força do Código Penal Militar e do Regime Disciplinar é menor do que a fome e outras necessidades básicas da família do policial. E aí ocorre o que temos visto em diferentes partes do país”, disse o senador paulista, que é policial militar.

Segundo Olímpio, estados como Ceará, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul vêm há tempos apresentando focos de insatisfação com os baixos vencimentos, as péssimas condições de trabalho, a falta de equipamentos necessários para a segurança e a insatisfação com as reformas dos sistemas previdenciários nos estados. “Ou seja, é uma situação extremamente delicada, extremamente perigosa”, alertou o parlamentar, que também divulgou uma nota sobre as providências tomadas desde que tomou conhecimento do episódio com o senador Cid Gomes (PDT-CE).

Aliás, Olímpio disse que pediu ao Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para criar uma comissão externa de senadores com o objetivo de ir ao estado buscar uma solução para o impasse. Mas ressaltou que Cid “se expôs a um grande risco”, ao tentar furar um bloqueio de PMs com uma retroescavadeira.

“Propus ao presidente Davi que crie emergencialmente uma comissão que vá já para o Ceará (...). Momento de negociação com muita calma e experiência. Já me coloquei à disposição para fazer parte dessa comissão!”, afirmou o senador, no comunicado.