Título: Asiáticos, a pedra no sapato
Autor: Rita Karam
Fonte: Jornal do Brasil, 04/04/2005, Economia & Negócios, p. A17

O gerente de exportação da Bical, Silton Freire, também comenta que a empresa preferiu perder rentabilidade e manter exportações. - Estávamos trabalhando com o dólar a R$ 2,95 - diz. - Agora estamos rebolando para fechar contratos e discutir os preços. O mais difícil tem sido negociar com os EUA, onde a competição com os asiáticos é muito forte, já que eles têm cambio fixo e dólar valorizado.

Segundo Freire, 82% do mercado americano são abastecidos pela China.

- O Brasil tem participação de 5% - afirma. - Na Europa os clientes buscam negociar em dólar, mas são flexíveis na aceitação de alguns repasses - diz.

Instalada em Birigüi (SP) a Bical exporta 25% da produção de 17 mil pares por dia.

O presidente do Sindicato da Indústria do Calçado e Vestuário de Birigüi (SP), Samir Nakad informa que as fábricas da região exportaram 14,4% da produção de 250 mil pares/ dia em 2004 e no fim do ano os negócios começaram a encolher devido ao câmbio.

- No primeiro trimestre perdemos competitividade porque o preço médio está 10% maior.

No mercado interno, Nakad disse que os negócios desaceleraram depois do carnaval.

- Em 2004 o governo conseguiu vender uma imagem boa na economia, agora está preocupado com questões políticas, esqueceu um pouco do marketing - afirma Nakad.