Correio Braziliense, n.20581, 28/09/2019. Economia. p. 7

Gasolina fica 2,5% mais cara nas refinarias 
Simone Kafruni
Catarina Loiola



A Petrobras aumentou ontem a gasolina em 2,5% nas refinarias. O preço do diesel ficou estável. A elevação ocorre uma semana depois de uma majoração de 3,5% no combustível mais usado nos carros de passeio. Os preços praticados, sem impostos, na refinaria, subiram de R$ 1,724, em 19 de setembro, para R$ 1,768. Com o aumento, a gasolina acumula alta de cerca de 6,1% nas distribuidoras desde a semana passada. Nos postos do Distrito Federal, quem correu para abastecer antes do aumento ainda encontrou o litro a R$ 3,99.

Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), afirmou que não existe um prazo para o revendedor repassar o valor do combustível. Porém, ele afirmou que quem vende muito barato trabalha no preço de custo. ;Ou o revendedor está fazendo alguma falcatrua. Não tem outra explicação;, disse.

Conforme a pesquisa do Correio, os postos Shell e BR, na Ceilândia Centro, e do posto Ipiranga, na Estrutural, estavam com o menor preço. Dos 36 estabelecimentos pesquisados (veja tabela), 25 reduziram os preços e apenas um elevou os valores nas bombas, em comparação com a pesquisa do dia 20 de agosto. Em Taguatinga Centro, o posto com menor preço era o Petrolina, com R$4,029. Na mesma região, Nenen;s e Shell vendiam a R$ 4,059. No Pistão Sul, onde o preço era pouco menor, o Shell e o Melhor venderam a R$ 4,049, enquanto o Ipiranga, a R$ 4,189.

Os postos da EPTG comercializaram por preço semelhante aos de Taguatinga Centro. O Ipiranga por R$ 4,047, o Shell por R$ 4,049 e o Garantia por R$ R$ 4,099. No Setor de Indústrias Gráficas, tanto o posto Petrobras quanto o Shell precificaram em R$ 4,139.

Na Asa Sul, foi possível encontrar preços entre R$ 4,179 (quadras 202, 204, 206, 207, 210) e R$ 4,399 (109), o valor mais caro da pesquisa. Nos eixos da Asa Norte, o litro do combustível mais barato encontrado estava sendo vendido por R$ 4,149 (103, 107, 112, 113, 208, 212). O preço mais caro da região era R$ 4,199 (115, 204, 206, 210, 214).

O policial militar reformado José Caetano de Souza, 61, contou que a constante variação de preços nos postos de gasolina do DF incomodam o consumidor. ;Deveria ter o controle, porque todo dia é um preço diferente. Cada posto vende a gasolina do jeito que quer. Parece até que é combinado, porque quando aumenta em um posto, aumenta em todos;.

O aposentado Paulo Roberto compartilha da mesma opinião. ;Tem sempre um vai e vem no preço, que já é excessivamente alto. Você nunca sabe quanto vai pagar no dia seguinte. Paga um preço hoje, amanhã você não sabe como será;, relatou. Paulo comentou que, por gastar quase 20% da renda com gasolina, prefere pesquisar promoções e escolher com cautela onde abastecer.

* Estagiária sob a supervisão de Cláudia Dianni