Título: Impasse ameaça encontro de líderes
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Fonte: Jornal do Brasil, 04/02/2005, Internacional, p. A10
Gabinete palestino rejeita oferta de libertação de prisioneiros
JERUSALÉM - Um impasse entre negociadores ontem levou o ministro do gabinete palestino, Saeb Erekat, a recusar a proposta israelense para um encontro de cúpula no dia 8, no Egito, do qual participariam o novo presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o premier israelense, Ariel Sharon.
Após 4h de reunião, autoridades de Israel aprovaram a retirada das tropas de cinco cidades da Cisjordânia e a libertação de 900 palestinos presos, a maioria deles membros do movimento Fatah, que foram encarcerados por delitos menores. O plano excluia, no entanto, prisioneiros que se envolveram em ataques com vítimas fatais, o que foi reivindicado pelos palestinos, mas, por fim, rejeitado.
- Eles rejeitaram a oferta sobre os prisioneiros. Se retiraram depois de duas horas de negociações - afirmou uma autoridade israelense de alto escalão. - Não sei o que esperavam.
Fontes palestinas confirmaram ter rejeitado a decisão de Israel de não incluir na oferta de libertação palestinos envolvidos em ataques, embora autoridades de ambos os lados não tenham descartado novas rodadas de negociações.
O plano proposto previa que uma primeira leva de 500 prisioneiros seria libertada já na próxima semana, depois da cúpula, e os outros 400 ao longo de um período de três meses.
O processo de retirada dos soldados também não seria imediato. Deveria demorar duas semanas para ser concluído e começaria pela cidade de Jericó, seguida por áreas próximas a Tulkarm, Belém, Qalqilya e Ramala.
A libertação de cerca de 8 mil prisioneiros detidos por Israel é considerada essencial para o sucesso das tentativas do novo presidente palestino, Mahmoud Abbas, de consolidar seu poder, pôr fim à violência e ressuscitar o ''mapa do caminho'' - plano de paz patrocinado por EUA, Rússia, União Européia e ONU.
O pacote também previa a abertura de toda a fronteira com a Faixa de Gaza, fechada por causa de ataques por parte dos militantes.
Mais cedo, Abbas já tinha dado declarações afirmando desconhecer quais seriam o detentos libertados, mas disse esperar que o primeiro grupo incluísse prisioneiros que cumprem penas longas