Correio Braziliense, n. 20630, 16/11/2019. Política, p. 4

Processos parados



Por decisão do ministro Dias Toffoli, todas as investigações que usam dados específicos sobre a movimentação financeira de cidadãos estão paradas pelo país. O Supremo decide, no próximo dia 20, se as informações de entidades como Receita e Banco Central podem ser compartilhadas com outros órgãos, como a Polícia Federal e a Polícia Civil, sem a necessidade de autorização judicial. A decisão do ministro, que suspende a troca de informações sobre atividades suspeitas, ocorreu após um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que é investigado em uma diligência relacionada à movimentação bancária de R$ 1,2 milhão na conta do ex-assessor do parlamentar Fabrício Queiroz.

A suspeita do Ministério Público do Rio de Janeiro, onde o caso é tratado, é de que o parlamentar recebeu parte dos salários de funcionários de seu gabinete quando ele era deputado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A prática, conhecida como “rachadinha”, é enquadrada nos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. Flávio nega as acusações, e Queiroz diz que os valores citados no processo se referem ao que ele obteve com a compra e venda de automóveis. Setenta e quatro funcionários do gabinete de Flávio no Rio são citados como tendo realizado transações incomuns.