Título: Luta avança no exterior
Autor: Gisele Teixeira
Fonte: Jornal do Brasil, 06/03/2005, País, p. A5

BRASÍLIA - Enquanto o Brasil dá os primeiros passos nesta briga, Austrália e Alemanha entram numa segunda fase da luta contra os transgênicos. Querem barrar o uso de soja geneticamente modificada nas rações animais.

John Hepburn, um dos responsáveis pela campanha de engenharia genética na Austrália, conta que as três maiores empresas australianas de criação de aves - Inghams, Bartter Steggles e Baiada - já se comprometeram em não usar o produto. Juntas, elas respondem por cerca de 80% das vendas de produtos avícolas australianos e são responsáveis pela maior parte das 300 mil toneladas de soja importada.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento do Brasil, o país exportou, em 2004, 144 mil toneladas de soja para a Austrália. Hepburn destaca que a iniciativa australiana indica que o Brasil pode perder mercado se mantiver o estímulo à produção da soja transgênica.

- Por outro lado, a rejeição beneficiaria o Paraná, que pode se candidatar como grande fornecedor de soja convencional para o mercado australiano - destacou.

Na Alemanha, Stefan Flothmann, coordenador das campanhas de agricultura, tóxicos, consumidores e engenharia genética, diz que a população não quer mais beber leite de vacas que tenham sido alimentadas com ração com matéria-prima transgênica.