Correio Braziliense, n. 20626, 12/11/2019. Política p. 3

Esperança de contratação

Gabriel Pinheiro


Com o Emprego Verde Amarelo, o governo pretende gerar 1,8 milhão de postos de trabalho até o fim de 2022, beneficiando jovens de 18 a 29 anos. Uma medida que dá esperança ao estudante e camelô Michael Douglas, 19. Ele procura emprego desde os 16. “Eu entreguei muito currículo e, geralmente, um ou dois acabam chamando a gente. É difícil demais encontrar o primeiro emprego na minha idade”, atestou.

O programa só valerá para trabalhadores com remuneração de até 1,5 salário mínimo (hoje, R$ 1.497). As empresas que contratarem nessa faixa etária não precisarão recolher a contribuição patronal para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de 20%. De acordo com o programa, a contribuição para Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) será de 2% em vez de 8%, e o valor da multa para o empregador, em caso de demissão sem justa causa, será de 20% sobre o saldo do fundo. Hoje, é de 40%.

O desempregado Walter Bergue, 18, não concordou com essas medidas. “Quando a gente perde o emprego, é uma situação muito difícil. O FGTS é muito importante”, frisou.

A exigência de experiência é algo que dificulta muito a conquista do emprego no início da vida adulta. Wiliam Gonçalves, 22, disse que, após entregar uma grande quantidade de currículos em lojas e supermercados, chegou à conclusão de que a sua falta de vivência no setor está atrapalhando a busca. “Eu só faço uns ‘bicos’ com pessoas conhecidas, porque serviço formal está bem difícil. Em todo lugar, eu procuro emprego, mas ninguém nunca me chama”, lamentou.

Agnaldo Eduardo Souza, 23, vive situação parecida. Ele já procura emprego há dois anos. “Muitos empregadores querem pessoas já com experiência. Então, como nós somos novos no mercado de trabalho, não temos realmente nenhuma experiência em muita coisa. Fica difícil conseguir qualquer tipo de trabalho nessas condições.”

*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa