Correio Braziliense, n.20570, 17/09/2019. Mundo. p.13

Missão quase cumprida


A praticamente um mês de completar 70 anos, Benjamin Netanyahu (foto a esquerda) joga hoje nas urnas a sobrevivência política, como o primeiro-ministro que governou por mais tempo o Estado de Israel, fundado um ano antes de ele nascer. A família mudou-se para os Estados Unidos em 1963, e o pequeno Binyamin, como era o nome em hebraico, voltou a Israel em 1967, a tempo de fazer o serviço militar sob o impacto da vitória do país na Guerra dos Seis Dias. Capitão em um comando de elite, lutou na Guerra do Yom Kippur, em 1973.

Bibi retornou aos EUA para os estudos e voltou para Israel em 1988, depois de ter atuado na embaixada em Washington e na representação do país perante a ONU, em Nova York. O país vivia o terremoto da intifada, o levante palestino contra a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, conquistadas em 1967. Em 1993, o processo resultaria na assinatura dos Acordos de Oslo, que deram início ao processo de paz.

Eleito premiê em 1996, Bibi dedicou-se sistematicamente a implodir as negociações e impedir a criação de um Estado palestino. O primeiro mandato durou três anos. Ele só retornaria ao poder em 2009, determinado a completar a missão, depois de ter deslocado do Likud rivais com o o general Ariel Sharon e Ehud Olmert. À frente de uma coalizão com nacionalistas e religiosos ultraortodoxos, planeja sepultar definitivamente a “solução de dois Estados”.