Título: Mensageiras da liberdade
Autor: John Danilovich
Fonte: Jornal do Brasil, 08/03/2005, Outras Opiniões, p. A11

O surgimento das mulheres nas esferas política, social e educacional é uma das forças mais poderosas que contribuem para a transformação das sociedades no Oriente Médio e na Ásia Central. As afegãs e as iraquianas arriscaram a vida para votar nas recentes eleições históricas de seus países.

Em conseqüência, as mulheres afegãs e iraquianas instalaram-se com firmeza no parlamento, nos conselhos de governo locais e no braço executivo do governo. As iraquianas conseguiram 31% das 275 cadeiras do parlamento recém-eleito. E as afegãs deverão conquistar número expressivo de vitórias nas próximas eleições parlamentares de seu país. Agora, os dois países têm leis que garantem representação parlamentar feminina.

Ficaremos ao lado das mulheres, as ''fundadoras'' das novas democracias do Afeganistão e do Iraque. Duas patriotas corajosas, a ministra afegã de Assuntos da Mulher, Massouda Jalal, e a ministra Narmin Othman, titular da mesma pasta no Iraque, serão convidadas do Departamento de Estado e da Usaid para os eventos comemorativos do Dia Internacional da Mulher em 8 de março, em Washington, D.C. Os Estados Unidos sabem que, apesar do sucesso das eleições recentes, os povos afegão e iraquiano enfrentarão muitos desafios no futuro; e a participação das mulheres e a delegação de poderes a elas em todos os níveis da sociedade serão fundamentais para a evolução dessas novas democracias.

O presidente Bush disse: ''Nossa meta... é ajudar os outros a encontrar a própria voz, conseguir sua própria liberdade e abrir o próprio caminho.'' E os Estados Unidos estão materializando esses objetivos com dinheiro.

Desde a queda do Talibã em 2001, os Estados Unidos têm utilizado recursos do governo e de fontes privadas para implementar mais de 200 projetos voltados para as mulheres afegãs, visando aumentar sua participação política, construir a sociedade civil, criar oportunidades econômicas, apoiar a educação de mulheres e meninas e propiciar maior acesso à assistência médica.

O presidente Bush e o presidente Karzai deram grande impulso a esse esforço ao criarem o Conselho de Mulheres Americanas e Afegãs (USAWC), há mais de três anos. Desde então, o conselho tem promovido parcerias público-privadas entre as instituições americanas e afegãs e mobilizado recursos do setor privado para ajudar as mulheres do Afeganistão.

E, desde a queda de Saddam Hussein em 2003, os Estados Unidos têm feito esforço semelhante para ajudar as mulheres iraquianas em áreas como política, economia, educação, assistência médica, direitos humanos, entre outras, destinando US$ 10 milhões para a Iniciativa Democracia para as Mulheres Iraquianas. Como parceiros na busca da liberdade, os Estados Unidos continuarão a apoiar essas mulheres em sua jornada rumo à construção de sociedades pacíficas, prósperas e democráticas.

Tudo o que Estados Unidos estão fazendo pelas mulheres no Iraque e no Afeganistão também está sendo feito em todo o Oriente Médio, Grande Oriente Médio e Norte da África, além das Iniciativas para Parceria com o Oriente Médio, por meio do G-8 e no âmbito bilateral. Ambas as iniciativas reconhecem o papel crucial das mulheres nas reformas social, econômica e política.

As iraquianas e as afegãs estão encontrando voz própria e sendo ouvidas em todo o mundo. A escritora americana Zora Neale Hurston observou: ''Quando se desperta o pensamento de uma pessoa, não se consegue mais adormecê-lo''. As eleições do Iraque e do Afeganistão acordaram milhões de pessoas no Oriente Médio para este pensamento: a democracia está a seu alcance, e as mulheres desempenharão papel fundamental na evolução dessa democracia. Esse é um bom pensamento para reflexão ao comemorarmos o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2005.