A desistência escolar foi um dos destaques do levantamento, que trouxe dados considerados graves sobre a educação. No ano passado, cerca de 40% da população brasileira com 25 anos ou mais não concluíram o ensino fundamental. Nessa mesma faixa etária, 30,9% tinham o ensino médio completo e apenas 16,5% terminaram um curso superior.

Os números mostram que o nível de instrução da população ainda é insuficiente para colocar o Brasil próximo dos países ricos. Em 2017, o percentual médio, nas nações avançadas, de pessoas com 25 a 64 anos de idade que não concluíram o ensino médio, era de 21,8%. No Brasil, a taxa era de 49%.

A desigualdade pode ser notada além da questão da renda. Ao fazer um recorte racial, os dados mostram que o percentual de jovens brancos que frequentam ou concluíram o ensino superior (36,1%) é quase o dobro daquele de negros e pardos (18,3%). A falta de estudo se reflete sobretudo na renda: brancos ganham, em média, 73,9% mais do que pretos ou pardos.

A falta de estudo é ainda mais aguda entre as mulheres, maioria entre os 10,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e nem estavam ocupados (os “nem-nem”) em 2018. Enquanto 28,4% das jovens não trabalhavam nem estudavam, 17,6% dos homens estavam na mesma situação.

O grupo que não está no mercado de trabalho e não estuda representa 23% da população dessa faixa etária. O maior número de jovens “nem-nem” está na fatia da população com os menores rendimentos domiciliares per capita: 42,3% em 2018. Em outubro, o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, adiantou que medidas econômicas com foco nos jovens seriam anunciadas. Um pacote de medidas que estimulará a contratação, por exemplo, está previsto para breve.