Correio Braziliense, n. 21362, 10/09/2021. Brasil, p. 6 

Izalci cobra ação contra a categoria

João Vitor Tavarez


O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) cobrou, ontem, uma ação rápida de Jair Bolsonaro para desfazer a agitação promovida por caminhoneiros em todo país. Um grupo continua acampado na Esplanada dos Ministérios é assegura que só ira embora quando conseguirem audiência com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Congresso, para levar adiante o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — o remetido pelo presidente contra Luís Roberto Barroso foi rejeitado. Outro vem promovendo desde o final do dia 7 de setembro bloqueios em várias estradas do país, cujo resultado pode ser o desabastecimento nas cidades, tal como já aconteceu em 2018. 

“O Brasil é rodoviário. Todo abastecimento depende dos caminhoneiros. Se fosse uma paralisação pelo preço do combustível, até entenderíamos. Mas, da forma como está sendo feita, começa a especulação em termos de desabastecimento. Vê-se filas em postos de gasolina e as dificuldades de abastecimento. Muito ruim. Ainda mais agora, com a inflação chegando aos dois dígitos. O presidente precisa reagir rápido”, exigiu Izalci, em entrevista, ontem, ao CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. 

O senador também criticou o governo por se empenhar pouco pelo andamento das pautas que são de interesse do país, que tramitam no Congresso — como as reformas tributária e administrativa. “O governo, que não tem se apresentado, precisa se debruçar mais sobre as propostas. As últimas aprovações são, principalmente, iniciativas do Senado ou do próprio Congresso. O Executivo vem se colocando timidamente com relação às reformas”, salientou. 

Sobre a tributária, Izalci lembrou que várias audiências foram realizadas para discutir a matéria, mas que falta fechar o entendimento entre estados, municípios e União para definir as responsabilidades de cada um. Da mesma maneira, o senador vê com maus olhos os esforços do Palácio do Planalto em relação a pautas que são de interesse apenas para os apoiadores de Bolsonaro — como a medida provisória que pretende desfigurar o Marco Civil da internet apenas porque alguns dos principais porta-vozes do presidente nas redes têm sido severamente punidos por se aproveitarem da liberdade de expressão para fazer pregação antidemocrática. 

* Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi  

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