Título: Negociação com GDF não avança e professor pára
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 08/03/2005, Brasília, p. D3

Sinpro afirma que propostas do governo são vagas e, na assembléia, hoje, defenderá a paralisação da categoria

Sem qualquer nova proposta para os professores, a governadora em exercício Maria de Lourdes Abadia tentou mais uma vez demover a categoria da intenção de cruzar os braços a partir de hoje. Foram quase quatro horas de reunião com a participação da secretária de Educação, Maristela Neves, deputados distritais e dirigentes do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). Os argumentos do governo não convenceram os líderes sindicais, que hoje chamam a categoria para uma assembléia, às 9h30, no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, e colocam em votação o indicativo de greve, anunciado desde o ano passado.

O Sinpro-DF rejeitou a proposta do governo que não contemplou principais pontos reivindicados pela categoria: reajuste salarial de 18% para pagamento imediato e aumento do auxílio-alimentação, que passaria dos atuais R$ 99 para R$ 470, seguindo o mesmo valor pago aos servidores da Câmara Legislativa.

Para o diretor de imprensa do Sindicato, Antônio Lisboa, as propostas do governo são vagas, pois não têm prazo definido nem para serem discutidas ou implementadas. Como exemplo, ele cita a implantação de um plano de saúde e a criação de um programa habitacional, também reivindicados pela categoria. Em relação a ambos, o governo deixou para o Sinpro a responsabilidade de fazer uma proposta para avaliação futura.

- Vamos convocar a categoria a parar mesmo, pois o GDF não parece querer negociar e evitar a greve. Eles convocam reunião, mas não apresentam boas propostas e nem cedem nas questões financeiras.

Segundo o porta-voz do governo, Paulo Fona, alguns itens não podem ser atendidos porque elevam os gastos em R$ 250 milhões.

- O governo analisou os oito itens apresentados como principais e indicou quais seriam viáveis. Os professores terão aumento de 17% esse ano, parte em março e o restante em setembro do jeito que está previsto no Plano de Carreira. Os atrasados serão pagos. Mais despesas o GDF não pode assumir - afirmou Fona.

Alunos e professores da rede pública do DF participaram ontem, na Câmara Legislativa, de audiência pública. No plenário, manifestaram o apoio à greve, discutiram os problemas da educação e pediram soluções imediatas para a infra-estrutura das escolas, contratação de docentes para suprir a carência e a valorização dos professores.

A presidente da Comissão de Educação e Saúde, Arlete Sampaio, afirmou que a educação no DF tem muito problemas e os alunos e professores devem mesmo reivindicar melhorias.