Título: Falta de equipamentos
Autor: Waleska Borges
Fonte: Jornal do Brasil, 18/03/2005, Rio, p. A13
O relatório das seis unidades sob intervenção, elaborado por 45 auditores do Ministério da Saúde (MS), deverá apontar a falta de equipamentos e de manutenção como os principais problemas dos hospitais. O documento será entregue hoje ao ministro Humberto Costa, ao secretário de Atenção Especial à Saúde do ministério, Jorge Solla, e ao coordenador da intervenção, Sérgio Côrtes. Segundo Paulo Sérgio Nunes, diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), muitos dos aparelhos quebrados são descartados em vez de serem consertados. A presença de profissionais de saúde na folha dos hospitais e a falta de atendimentos também chamou a atenção dos auditores. - Tem unidade onde há 30 anestesistas, mas as cirurgias foram suspensas por falta de profissionais. Será que todos saíram de férias ou estão passando mal? - questionou Nunes.
Apesar do fim dos trabalhos dos auditores nos hospitais, uma equipe com seis profissionais ficarão de prontidão para detectar novas irregularidades.
- Outra equipe com 10 auditores continuará o trabalho na Secretaria Municipal de Saúde para analisar os contratos de licitação - contou Nunes, informando que o resultado da análise deve ser concluído em até 20 dias.
Segundo Nunes, a prefeitura vinha atrasando a entrega dos contratos feita apenas na quarta-feira. De acordo com Nunes, os contratos de lavanderia e manutenção serão os primeiros analisados.
Hoje, às 10h, parlamentares das comissões de Saúde da Alerj e Câmara Federal vão discutir sobre o orçamento do município aprovado pelos vereadores, no ano passado. Segundo a prefeitura, os investimentos em Saúde pelo município chegou a 17,8% no orçamento de 2004. De acordo com o deputado estadual Paulo Pinheiro, presidente da Comissão de Saúde na Alerj, no relatório de prestação de contas, a prefeitura mostra que investiu na Saúde R$ 1,411 bilhão, cerca de R$ 750 milhões com recursos próprios e o restante em verbas da União.
- Não estamos dizendo que ocorreram desvios ou roubos, mas questionamos a finalidade dos gastos - explicou.
Paulo Pinheiro cita como exemplo de desperdício a construção do Hospital de Acari. Na unidade, que não está em funcionamento, foram investidos 70 milhões.
- Depois de quatro anos de obras, a emergência do Hospital Salgado Filho está pronta, mas não foi inaugurada por falta de recursos - lamenta.
Os secretários de Saúde do município Ronaldo Cezar e do estado Gilson Cantarino também foram convidados para a audiência pública na Câmara dos Vereadores.