O Estado de S. Paulo, n. 46904, 19/03/2022. Política, p. A16

TCU pode investigar caso e parlamentares cobram explicações

Lauriberto Pompeu
Eduardo Gayer


 

A revelação de que pastores atuam como um gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC) provocou reações no Congresso, entre especialistas e até no Tribunal de Contas da União. O Ministério Público junto ao TCU pediu para que o caso seja apurado pela Corte.

Em outra frente, o deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou requerimento pedindo a convocação do ministro da Educação, Milton Ribeiro, para dar explicações ao Congresso. "O Brasil virou uma avacalhação", disse o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSDAM). "Isso é tráfico de influência e contraria o que é de interesse público. Não à toa andamos 20 anos para trás na educação. Isso precisa ser investigado e punido!", disse a deputada Tabata Amaral (PSB-SP).

Até mesmo o líder da bancada evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (PLRJ), disse que vai cobrar explicações do presidente Jair Bolsonaro. "Isso (tratar da distribuição de dinheiro público) não é papel de líderes religiosos, mas, sim, de parlamentares", afirmou.

Para a cofundadora e presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, a atuação de pastores no governo está relacionada a interesses eleitorais. "O Ministério da Educação se tornou o 'Ministério da Reeleição'. Eles têm essa preocupação em primeiro lugar." / Lauriberto Pompeu e Eduardo Gayer