Título: Carência na rede militar
Autor: Mariana Filgueiras
Fonte: Jornal do Brasil, 20/03/2005, Cidade, p. A16

Alencar vai adotar medidas para melhorar hospitais das Forças Armadas

O ministro da Defesa e vice-presidente José Alencar recebeu na sexta-feira à tarde um ofício do deputado federal Jair Bolsonaro (PFL-RJ), representante dos militares na Câmara. No documento, que, segundo o deputado, já foi respondido via telefone por Alencar, eram cobradas providências quanto à situação de quatro hospitais militares do Rio de Janeiro. Fontes do Exército garantem que boa parte do contingente especializado em saúde da força foi deslocado para o Pará. A situação de gravidade só não é mais divulgada porque os códigos de conduta militares são rígidos o suficiente para manter a tropa controlada mesmo diante das mazelas. O vice-presidente prometeu ao deputado tomar providências. De acordo com o relatado ao deputado Bolsonardo, a situação no Hospital Naval Marcílio Dias, no bairro de Lins de Vasconcelos, é de dificuldades para marcar consulta em geriatria - o atendimento deve ser marcado com antecedência mínima de um mês; na pneumologia, o atendimento acontece somente a partir de junho; e no laboratório prevalece a inexistência de recipientes para colher material para exames laboratoriais - por acaso, motivo de liminar concedida pela 11ª Vara de Justiça Federal do Rio ao governo federal em relação à rede municipal de saúde.

Na Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória, só há exames na cardiologia para o início de junho.

- A precariedade do atendimento médico-hospitalar pela Marinha a seus integrantes é o convênio firmado com um plano de saúde privado, ou seja, os beneficiários têm que pagar dois planos se desejarem ter bom atendimento - disse Bolsonaro.

No Hospital Central do Exército (HCE), que tem serviço de emergência em todas as especialidades, não há disponibilidade de salas de cirurgias e há problemas de material como filmes para a radiografia, segundo o relatório. A realização de ultra-sonografia e tomografia ultrapassa mais de 30 dias após as marcações.