Título: ''Vou partir para cima de quem rouba a Previdência''
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 24/03/2005, País, p. A2

Novo ministro exonera presidente do INSS e promete reduzir o déficit

Agência Brasil Renan Calheiros conversa com Jucá que anuncia hoje pacote da Previdência que começou a ser feito pelo antecessor

BRASÍLIA - O novo ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB - RR), que tem uma dívida de R$ 53 mil com o INSS (Instituto Nacional d o Seguro Social), disse que a prioridade de sua gestão será reduzir o déficit do setor. - Vamos partir para cima de quem está roubando a Previdência - afirmou. Jucá disse ''não tenho nenhum problema de partir para cima de quem está roubando ou fraudando a Previdência''.

Jucá relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o ministério passasse por um ''choque de gestão'' para reduzir o déficit e, dessa forma, liberar mais recursos para investimentos em infra-estrutura e em projetos sociais.

Romero Jucá começou ontem a trocar o comando das principais empresas ligadas à pasta. A primeira mudança ocorreu na presidência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ele exonerou Carlos Gomes Bezerra, que ocupava a presidência do INSS.

O cargo será ocupado interinamente por Samir de Castro Hatem. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União.

- Se diminuirmos o déficit, teremos mais condições de aumentar o salário mínimo - disse.

Para este ano, as despesas da Previdência devem superar as receitas em R$ 38,7 bilhões, conforme previsão do Orçamento. E o número pode chegar a R$ 40 bilhões, de acordo com o ministro.

O novo ministro tinha ontem reunião marcada com os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, José Dirceu, para fechar um pacote de medidas com o objetivo de melhorar as contas da Previdência e melhorar o atendimento à população. Jucá deverá divulgar a lista de medidas hoje.

Sobre a Proposta de Emenda Constitucinal da Previdência (PEC), Jucá afirmou ainda que o ministério não vai interferir na discussão da PEC paralela da reforma da Previdência. O texto aprovado na Câmara dos Deputados prejudica as contas dos governos estaduais ao equiparar, por exemplo, o subteto salarial dos delegados aos rendimentos dos desembargadores.

- Cabe aos governadores se mobilizarem para garantir mudanças no Senado. Nós [o ministério]vamos atuar subsidiariamente - afirmou.

Na semana passada, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PPS), prometeu pressionar os senadores para que derrubem determinadas alterações feitas pela Câmarados Deputados, como essa que se refere aos delegados.