O levantamento, que foi realizado em 190 cidades, ouviu 3,677 eleitores entre os dias 13 e 15 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. A iniciativa para a pesquisa aconteceu depois dos atos de 7 de Setembro, quando o presidente afirmou que não iria cumprir quaisquer ordens judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se isso ocorrer, constitui crime de responsabilidade, passível de processo de impeachment.

As manifestações do feriado da Independência foram o auge de uma crise institucional entre os poderes. No dia, Bolsonaro participou de atos em Brasília e em São Paulo, afirmando que o presidente do STF, Luiz Fux, deveria enquadrar Moraes, "ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos".

A postura do chefe do Executivo gerou reação de uma série de classes, entidades civis e pessoas, o que levou Bolsonaro a ligar ao ex-presidente Michel Temer para se aconselhar e dias depois soltar uma carta à sociedade recuando no tom contra o Judiciário.

Mesmo assim, a sociedade se mantém alerta para eventuais novos ataques do presidente. Para 76% dos entrevistados pelo Datafolha, Bolsonaro deve sofrer um impeachment caso descumpra uma ordem da Justiça, enquanto 21% dos ouvidos acham que ele não deveria ser punido nessas circunstâncias e 3% não souberam opinar.

Pela pesquisa, os mais incisivos contra a fala de Bolsonaro são os jovens de 16 a 24 anos, sendo que 86% defendem o impeachment, os mais pobres (82%) e os que reprovam o presidente (94%). Já os mais tolerantes com o desrespeito legal são os mais ricos, com 32% não vendo a necessidade de impeachment, empresários (39%) e os que aprovam Bolsonaro (59%).