Título: Novo embate entre prefeito e ministério
Autor: Mariana Filgueiras
Fonte: Jornal do Brasil, 24/03/2005, Rio, p. A13

No dia em que seria inaugurada a nova emergência do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, pronta desde o final do ano passado, o prefeito Cesar Maia decretou que 278 profissionais da rede básica de saúde, que inclui os ambulatórios e os Postos de Atendimento Médicos (PAMs), tenham a opção de remanejamento para a nova instalação. A inauguração não foi realizada, por falta de funcionários, mas, depois da medida, os servidores que queiram sair de seus hospitais de origem para trabalhar no Salgado Filho, já podem fazê-lo. O decreto preocupou representantes do Ministério da Saúde. O diretor de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Arthur Chioro, disse que a medida tomada por Cesar Maia pode esvaziar ainda mais outros ambulatórios.

- O ministério entende que é preciso reabrir a emergência do Hospital Salgado Filho, mas não desmontando o resto da rede. Isto tem que ser feito com a contratação de novos servidores. Agora, isto é possível, pois a prefeitura tem seis hospitais a menos no orçamento - argumentou o diretor.

Representantes da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) estiveram no hospital ontem realizando uma inspeção e reforçaram a situação caótica da emergência provisória.

- Encontramos 16 respiradores novos fechados na emergência que seria inaugurada. No andar de cima, onde funciona o atendimento, a situação é caótica e isso está assim há três anos e meio - disse o deputado estadual Paulo Pinheiro (PT), presidente da comissão.

De acordo com Paulo Pinheiro, o Fórum de Acompanhamento do Legislativo enviou um documento ao Ministério da Saúde exigindo a abertura da nova emergência do hospital.