Título: Nada de candidaturas, avisa Roriz
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 24/03/2005, Brasília, p. D1

O governador Joaquim Roriz mandou um recado certeiro aos pré-candidatos de sua base de apoio ao GDF: nada de assumir candidaturas ou deflagrar campanhas antes do sinal verde do Palácio do Buriti. O pedido foi feito um dia depois de a vice-governadora Maria de Lourdes Abadia ter sido confirmada na corrida pelo seu partido, o PSDB. Em uma nota publicada ontem, Roriz admitiu que existe uma verdadeira inflação de bons nomes entre seus aliados, mas lembra que em algum momento alguém terá de ''abrir mão'' em nome da vitória em 2006.

- Se todo esse grupo se mantiver unido, como eu já consegui no passado, o grupo é imbatível - avaliou o governador, por meio da nota divulgada pelo porta-voz do GDF, Paulo Fona. A solicitação do governador, porém, pode cair no limbo, pois o processo já está deflagrado.

Além de Abadia, do senador Paulo Octávio (PFL) e dos deputados federais José Roberto Arruda (PFL) e Tadeu Filippelli (PMDB), Fona ainda relançou o nome do ex-senador e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Maurício Correia como possível candidato à sucessão de Roriz. O governador chegou a cogitá-lo em alguns discursos como seu sucessor, mas o ex-senador e magistrado vinha sendo ofuscado na disputa por espaço entre os outros quatro políticos de olho na cadeira do Executivo.

Paulo Octávio, que participou ontem na Câmara Legislativa da cerimônia de posse da distrital Ivelise Longhi (PMDB) - que assumiu a vaga deixada pelo agora secretário de Trabalho, Gim Argello - e aproveitou o ensejo para dizer que o PFL tem não dois, mas três pré-candidatos: ele, Arruda e o presidente da Câmara, Fábio Barcellos, aliado do senador. Ao ouvir o lançamento de sua candidatura, porém, nem Barcellos levou a sério. ''Só se for a governador da Paraíba'', brincou o distrital - que, a propósito, nasceu no Rio de Janeiro.

Ao assumir publicamente, na semana passada, que poderia continuar no governo até o fim de seu mandato ''caso fosse necessário'', Roriz mostrou aos aliados que a linha a ser seguida era de freio no ímpeto das candidaturas. Mas nenhum dos interessados reconhece que está na briga pelo Buriti.

- Nunca fiz pronunciamento dizendo que sou candidato. Aliás, o PFL foi o único partido que não lançou oficialmente um pré-candidato - disse Paulo Octávio.

Filippelli, fiel aliado que acompanha Roriz em todos os eventos públicos, também hesita.

- Sempre defendi a postergação da discussão sobre nomes. Até porque Roriz é do meu partido, e seria uma loucura esvaziar o governo para uma discussão paralela - afirma.