Título: Brasil quer explorar gás no Uruguai
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 02/04/2005, Economia & Negócios, p. A23

A Petrobras pretende explorar petróleo e gás no lado uruguaio da Bacia de Pelotas, na fronteira com o Brasil. A informação é da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. Segundo ela, a intenção da estatal brasileira é estabelecer parcerias no Uruguai, para estudar a viabilidade e explorar a bacia naquele país. A prospecção fará parte do memorando de entendimento que foi assinado ontem pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Tabaré Vázquez, do Uruguai.

A Petrobras arrematou na sexta rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) a Bacia de Pelotas do lado brasileiro, para estudar a viabilidade de sua exploração. Como já identificou sinais do seu potencial, a estatal teve interesse por prospectar também o lado uruguaio.

Ainda faz parte do memorando de entendimento uma série de projetos para aumentar a interligação de transmissão de energia entre os dois países e a exploração de fontes renováveis de geração, bem como o uso de carvão e uma parceria na área de mineração.

Segundo a ministra, o processo de interligação energética é uma pré-condição para ampliar a integração regional do ponto de vista econômico.

Rousseff afirmou que, a partir de maio ou junho, o Brasil deverá aumentar as exportações de energia para o Uruguai. Hoje, o país exporta diretamente 70 MW para o Uruguai e outros 130 MW por meio da Argentina.

O aumento da exportação, no entanto, dependerá da melhora nas condições climáticas da região Sul, que hoje enfrenta um período de seca e riscos de desabastecimento.

A Petrobras informou ao mercado ontem que a Assembléia Geral Extraordinária de Acionistas aprovou orçamento de R$ 20,6 bilhões para o exercício de 2005. Do volume total, R$ 15,4 bilhões serão proveniente de recursos próprios e R$ 3,7 bilhões de investimentos diretos.

Do total de investimentos diretos, 69% destinam-se ao programa Oferta de Petróleo e Gás Natural, 10% ao Refino de Petróleo, 5% ao Transporte Dutoviário de Petróleo e Derivados, 3% ao Brasil com Todo o Gás, 4% à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico e 9% aos demais programas orçamentários.

Folhapress