Título: PT tenta negociar o reajuste de policiais
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Fonte: Jornal do Brasil, 02/04/2005, Brasília, p. D3

Bancada quer mudar projeto do GDF

Uma comitiva de parlamentares do PT foi recebida na ontem pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para tratar do reajuste de 17% para bombeiros e policiais civis e militares. Os petistas pediram a Bernardo que ainda não repasse ao Congresso o projeto de lei que prevê o aumento das categorias, por discordarem da proposta encaminhada pelo GDF ao governo federal. Na próxima segunda-feira, o ministro encaminhará o projeto ao chefe da Casa Civil, José Dirceu, para que avaliar as demandas colocadas pelos parlamentares. Além das bancadas distrital e federal do partido, também participou do encontro o deputado distrital João de Deus (PP), presidente da Associação dos Praças Policiais Militares e Bombeiros do DF (Aspraças). Segundo a líder do PT na Câmara Legislativa, Érika Kokay, a idéia é sensibilizar o governo federal para buscar a negociação. Os parlamentares discordam do parcelamento do reajuste para 30 mil policiais militares e bombeiros em duas vezes (fevereiro e setembro), enquanto os sete mil civis receberiam integralmente.

O PT defende ainda a concessão em forma de valor nominal fixo de R$ 530,00, independente da patente, pois da forma como está prevista, por 17%, os coronéis receberão um aumento de mais de R$ 2 mil, enquanto os soldados seriam agraciados com apenas R$ 391. Há ainda questionamentos sobre à proposta de realinhamento das carreiras dos coronéis. João de Deus explica que o pedido permite com que a patente de coronel possa ser exercida por policiais até 60 anos de idade. Hoje, um policial pode ser coronel até por seis anos. O deputado afirma que a mudança onera o Fundo Constitucional do DF, de onde saem os recursos para segurança. O GDF conta com o reajuste de 11,23% sobre o Fundo para bancar as medidas.

- Este proposta foi elaborada entre quatro paredes entre a Secretaria de Gestão Administrativa e os comandantes-gerais da PM e dos Bombeiros, sem ouvir ninguém - criticou.