Título: The Economist: Severino é 'o tormento de Lula'
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Fonte: Jornal do Brasil, 08/04/2005, País, p. A4
''Ele odeia homossexualidade, guarda seu dinheiro em espécie e agora é o principal tormento do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.'', com essa frase a respeitada revista britânica The Economist inicia o perfil sobre o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, publicado ontem no site do periódico.
A reportagem, muito crítica a Cavalcanti, afirma que o presidente da Câmara ''representa dois perigos ao governo. O primeiro é o descarrilamento dos planos do governo para os 18 meses até a eleição presidencial. Isso inclui algumas reformas ambiciosas, com elas a autonomia do Banco Central e o controle do défcit orçamentário. O segundo perigo são os prospectos de reeleição de Lula. O governo pode ser responsabilizado por impedir as reformas e a prudência fiscal.'' E encerra prevendo um possível drama: ''Um desastre econômico é improvável, mas uma desordem política não.''
A revista continua a reportagem falando das articulações políticas e o considera um estranho adversário. Lembra que apesar do Partido Progressista apoiar o governo, o partido não tem um ministro. E afirma que ''Antes de se tornar um herói do corte de impostos, Cavalcanti era um egoísta.''
A The Economist cita ainda que o primeiro ato foi lutar pelo aumento de salários dos deputados: ''idéia rejeitada pelo legislativo por uma opinião pública irritada''.
A revista cita ainda uma série de problemas envolvendo Severino, como a presença de seis familiares na lista de pagamento do Congresso e a exigência de um ministério para seu partido.
''Cavalcanti continua a ser uma força que deve ser tratada com cuidado. Espertamente, Lula o convidou para participar do funeral do Papa.'', conclui a reportagem.