O Globo, n. 31615, 27/02/2020. País, p. 9

Obituário: Paulo Duque, da Alerj ao Senado, quase seis décadas de vida pública



Carioca nascido em 1927, Paulo Duque (MDB) formou-se em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) aos 27 anos e se candidatou a vereador no mesmo ano em que conquistou o primeiro diploma. Na época, a capital fluminense ainda era considerada Distrito Federal. A primeira tentativa frustrada de entrar para a política não foi determinante para as quase seis décadas de vida pública.

Duque concorreu ainda à Assembleia Constituinte de 1962 (e obteve segunda suplência); chegou a ser deputado estadual da Guanabara e do Rio por oito mandatos — seis deles consecutivos — e, em 2007, assumiu a vaga deixada pelo ex-governador Sérgio Cabral e o secretário Régis Fichtner no Senado.

Duque filiou-se inicialmente ao Partido Republicano (PR), do qual sua mãe foi uma das fundadoras no Rio. Depois, teve passagem pela Aliança Renovadora Nacional (Arena) e acabou integrando, por fim, os quadros do MDB. Foi pelo partido que se candidatou com sucesso a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em 1970, obtendo uma suplência, e depois em 1974, estreando como titular de seu próprio mandato. Duque só deixaria o Legislativo estadual 36 anos depois.

Convidado por Cabral nas eleições de 2002, ocupou a vaga de segundo suplente que o levou à titularidade no Senado. Não só o governador eleito deixou a chapa, como também o primeiro suplente, Regis Fichtner, foi nomeado para a Casa Civil da administração estadual. Duque ficou no cargo até 2010 e, durante sua atuação, acabou nomeado presidente do Conselho de Ética da Casa.

O ex-senador morreu ontem aos 92 anos. Seu funeral ocorrerá hoje, às 14h, no Cemitério São João Batista em Botafogo, Zona Sul do Rio. Paulo Duque deixa a mulher, Consuelo Tarquínio Duque, e dois filhos.