Título: Varejo desacelera vendas
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 15/04/2005, Economia & Negócios, p. A22

Avanço de 1,32% foi o pior desde novembro de 2003

O volume de vendas do comércio varejista brasileiro registrou alta de 1,32% em fevereiro, na comparação com igual mês de 2004. Segundo o IBGE, foi o pior resultado dos últimos 15 meses. Em novembro de 2003, quando houve queda de 0,22%. Na comparação do resultado de fevereiro com o de janeiro, no entanto, houve alta de 6,24% nas vendas do varejo.

Já o faturamento do setor saltou 7,71% em um ano e 12,96% de janeiro para fevereiro. No ano, o volume de vendas do comércio acumula taxa de 3,84% e a receita nominal, 10,39%.

Dos três estados com maior participação no comércio nacional, o único que teve resultado positivo foi o Rio de Janeiro (0,28%). São Paulo apresentou queda de 3,88% e Minas Gerais, de 1,91%.

Os estados brasileiros que registraram maior avanço no comércio em fevereiro foram Rondônia (32,99%) e Acre (25,11%), mas as unidades federativas que mais influenciaram positivamente o desempenho foram Pernambuco (15,76%) e Santa Catarina (7,57%).

O grupo hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, fumo e bebida, que vinha acumulando trajetória de alta nos últimos meses, sucumbiu à queda nas vendas, com menos 0,22% do volume que foi vendido em fevereiro de 2004. As vendas de combustíveis caíram 8,65% em fevereiro, na comparação com igual mês de 2004, enquanto o comércio de tecidos, vestuário e calçados, todos setores ligados diretamente à renda das famílias, recuou 1,02%.

Somente quem depende mais de crédito para vender escapou do freio no consumo. Ao contrário das vendas à vista, as facilidades do crédito driblaram o efeito calendário. Tanto que os segmentos mais voltados para crediários venderam mais, a exemplo de móveis e eletrodomésticos (16,10%) e artigos para escritório (33,78%).