Título: EUA mantêm barreira ao aço
Autor: Daniele Carvalho
Fonte: Jornal do Brasil, 15/04/2005, Economia & Negócios, p. A25

Para siderúrgicas brasileiras, não existem fundamentos que justifiquem protecionismo

A Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos decidiu manter por mais cinco anos as tarifas sobre aço importado, adotadas em 1999. A decisão foi tomada depois de o Departamento do Comércio (ITC, na sigla em inglês) concluir que a suspensão das tarifas elevaria as importações de aço laminado a quente do Brasil, Japão e Rússia.

Assim, serão mantidas as sobretaxas anti-dumping, de 41,27% a 43,40%, e de direitos compensatórios, de 6,35% a 9,67%, contra laminados planos a quente do Brasil. As tarifas foram adotadas há cinco anos, depois de ITC verificar que Brasil, Japão e Rússia haviam vendido 7 milhões de toneladas de aço nos EUA em 1998.

A notícia desagradou as siderúrgicas brasileiras. Segundo o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), antes das medidas, o Brasil exportou aos EUA 400 mil toneladas de aços laminados, correspondendo a cerca de US$ 112 milhões. Após as tarifas, a participação brasileira foi praticamente eliminada.

O IBS divulgou nota em que considera ''que não existem fundamentos para prorrogação de uma medida protecionista adotada em condições de mercado completamente diferentes das atuais''. Para o instituto, a recuperação da demanda e dos preços do aço nos EUA torna injustificáveis as tarifas. ''O único objetivo é bloquear o acesso ao mercado americano de produtores externos mais competitivos'', diz a nota.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) informou que encaminhou parecer técnico ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), à Secretaria de Direito Econômico e à Secretaria de Acompanhamento Econômico sobre indícios de infração à ordem econômica na operação pela Vale do Rio Doce dos terminais do Porto de Sepetiba. Segundo a agência, a Vale deve estabeler cotas mínimas para que outras mineradoras possam usar os terminais e exportar sua produção.

- A Vale está querendo também operar um terminal de grãos, mas isso só pode acontecer depois de resolvido o problema com o minério - disse o diretor-presidente da Antaq, Carlos Alberto Wanderley Nóbrega.

Com agências