Correio Braziliense, n. 21402, 21/10/2021. Brasil, p. 6

Vacinação chega a metade da população

João Victor Tavarez


O atingiu ontem a marca de 108.025.121 pessoas totalmente vacinadas contra a covid-19. Isso representa metade da população brasileira imunizada (50,6%). Ao todo, 261.461.860 de doses foram aplicadas até hoje, de acordo com o vacinômetro do Ministério da Saúde.

O Programa Nacional de Imunização distribuiu 310.498,347 de doses em todo o país. E cerca de 151.912.237 de brasileiros tomaram a primeira aplicação de imunizante contra a covid-19. As mulheres são maioria da população parcialmente vacinada. Elas configuram 53,5% (135.608.711 de pessoas) do público que recebeu ao menos uma dose anticovid. Homens representam 46,5% (117.635.841 de pessoas) desse contingente.

A vacinação contra o coronavírus começou em janeiro deste ano no Brasil. De lá para cá, indicadores mostraram avanços significativos no combate à doença, a começar pela redução da quantidade de mortes diárias. No último dia 7, o país registrou a menor média móvel de vidas perdidas, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde. O índice, que contabiliza os óbitos nos últimos 14 , ficou em 489 mortes. T
rata-se da menor marca registrada desde 22 de novembro de 2020, quando o país marcou uma média de 484,71 óbitos. Atualmente, o número está abaixo da casa dos 400.
Graças ao avanço da imunização, setembro teve o menor registro de mortes por covid em 2021, segundo os dados do Ministério da Saúde. Naquele mês, foram notificadas 16,3 mil vidas perdidas. "Comparado a abril, mês com o maior número de registros (82,2 mil), a redução de mortes é de 80%", informa o boletim divulgado pela pasta em 5 de outubro.

Cautela
Outro ponto que reforça o impacto vacinal é o boletim InfoGripe, divulgado ontem pela Fundação Oswaldo Cruz. O relatório mostrou que o mantém sinal de estabilidade de casos e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), um sintoma da covid que pode levar à internação. Com relação à faixa etária, o boletim verificou cenário de estabilidade, "com pequenas oscilações, em todas as faixas analisadas". "Em função do avanço da cobertura vacinal de primeira e segunda dose entre adultos e jovens adultos, é fundamental acompanhar a evolução de casos entre a população de crianças, adolescentes e idosos a fim de acompanhar a tendência do nível de transmissão comunitária", ressaltou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Os dados referem-se ao período de 10 de setembro a 16 de outubro. Em todo o país, o cenário aponta para níveis de estabilidade nas últimas seis semanas e crescimento leve nas últimas três semanas. "Por se tratar de crescimento leve, é ainda compatível com cenário de estabilidade, porém aponta necessidade de cautela e acompanhamento adequado do impacto das medidas de flexibilização em decorrência da interrupção na tendência de queda", afirma Gomes.

Profissionais de saúde ouvidos pelo Correio indicam que a marca de 50% da população imunizada é boa, mas não ideal para o controle da pandemia no . Por essa razão, os cuidados devem ser mantidos. "Ainda estamos com a circulação da variante delta, que é altamente transmissível", reforça Valéria Paes, infectologista do Hospital Sírio-Libanês Brasília. "No entanto, observamos uma diminuição progressiva de casos novos da covid, especialmente com a redução de mortes diárias", completa. A médica ressalta a importância da imunização.

"Todas as vacinas atuais são extremamente seguras. Não há nenhuma situação em que a gente contraindique a imunização. Ainda que haja alguns efeitos colaterais após a dose 1, na grande maioria dos casos são reações leves e passageiras. O benefício da imunidade compensa bastante os efeitos", explica Valéria Paes.

Adele Vasconcelos, médica intensivista do Hospital Santa Marta, também destaca a importância da vacinação para o controle da pandemia. "Qualquer pessoa que vive em sociedade pode ser fator de transmissibilidade da covid, caso entre em contato com outra pessoa. Se este indivíduo não está vacinado, pode desenvolver sintomas graves da doença", alerta.

A médica, que presenciou a morte de diversos pacientes acometidos do novo coronavírus, elenca as vantagens da vacinação. "O primeiro é o benefício próprio, reduzindo as chances de adoecer. Depois, a proteção contra os sintomas graves da doença. Por fim, o benefício da coletividade. É com a maior parte da população totalmente vacinada que se conseguirá diminuir (significamente) a taxa de transmissão do vírus", frisa.

*Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza

Vacinação em números

108.025.121

pessoas totalmente vacinadas contra a covid-19 (50,6%)

Mulheres vacinadas (1ª dose)

135.608.711

53,5%

Homens vacinados (1ª dose)

 117.635.841

46,5%

Fonte: Ministério da Saúde