Título: Independência regional
Autor: Paulo de Tarso Lyra
Fonte: Jornal do Brasil, 17/04/2005, País, p. A3

A cúpula do PFL de São Paulo segue o mesmo raciocínio do PFL nacional e está decidida: quer ter candidato próprio ao governo do estado em 2006. A idéia é se antecipar e lançar um nome à sucessão do tucano Geraldo Alckmin. Os pefelistas prevêem que, com a saída antecipada de Alckmin do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o PFL assumirá o estado, com o vice-governador Claudio Lembo.

Para o PFL paulista, caso Lembo de fato assuma o governo, ele poderá dar nova ''cara'' ao estado, além de abrir espaço para que outros nomes dentro do partido disputem as eleições de 2006. Na linha de frente deste pensamento está o vice-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Ex-deputado federal, Kassab vem articulando com a cúpula nacional a renovação da legenda em São Paulo e convencendo os líderes nacionais a deixar a aliança com os tucanos e pilotar um vôo próprio.

Kassab nega as articulações e se diz um homem fiel à parceira com o PSDB, mas admite que os tucanos terão dificuldades de escolher um nome para disputar o governo.

- A cúpula nacional vem afirmando que quem estiver à frente das pesquisas será o candidato da aliança - esquivou-se Kassab.

No Rio, a situação é inversa. Os tucanos contam com a saída antecipada do prefeito Cesar Maia (PFL) para assumir o comando. Vice do pefelista, Otávio Leite (PSDB) chegou a declarar, durante reunião da Executiva Nacional, no fim de fevereiro, que a Prefeitura do Rio ''tem perfil ideológico e partidário identificado com o PSDB''. Leite apontou para uma grande participação do partido na chapa que comanda a cidade - apesar de sua legenda ter agregado apenas duas secretarias, a Extraordinária do Deficiente e a do Trabalho - e ressaltou a necessidade de os tucanos se unirem ''em torno de uma estratégia nacional para desmascarar o governo Lula e o PT''.