O Globo, n. 31496, 31/10/2019. País, p. 11
Câmara lança frente em defesa da radiodifusão
Bruno Goés
A Câmara dos Deputados lançou ontem a Frente Parlamentar em Defesa da Radiodifusão. Com mais de 250 deputados, o grupo será presidido pelo deputado Eli Corrêa Filho (DEM-SP). O lançamento reuniu empresários do setor e foi marcado pela defesa da liberdade de expressão e de imprensa.
No evento, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que o país vive “uma crise da viralização do ódio”. Maia criticou a disseminação de notícias falsas e ressaltou o papel do setor para o fortalecimento da democracia.
— Vivemos uma transformação, uma revolução na forma de relacionamento da política com a sociedade, das empresas com a sociedade. E, como toda transformação, há coisas boas e coisas ruins. Nós vivemos uma crise da viralização do ódio através das fake news. E nada mais importante que a liberdade de expressão, que a liberdade de imprensa e o papel das empresas de rádio e televisão no nosso país.
Importante porque de forma livre comunicam e informam a nossa sociedade —discursou Maia.
Garantias
Eli Corrêa destacou que o grupo é um dos maiores da Câmara e que o objetivo dos parlamentares, além de apoiar o setor de radiodifusão, será defender a liberdade.
— É um momento muito propício para nós reafirmarmos o papel da imprensa livre. Um país só é livre se tiver uma imprensa livre — disse o parlamentar.
Presidente da Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo destacou o fato de a radiodifusão gerar 115 mil empregos diretos e mais de 663 mil empregos indiretos no país. Ele também mencionou a necessidade de que as liberdades sejam garantidas.
— Temos a convicção de que a frente chega com a missão que é nossa força vital: a permanente defesa da liberdade de expressão e de imprensa, direito consolidado no Brasil, mas que, como uma planta, deve ser regado todos os dias —disse Tonet.
O presidente da Abert também falou sobre a responsabilidade das empresas de comunicação na publicação de conteúdo jornalístico. Ele defendeu que a postura da imprensa seja também adotada em novas plataformas.
— É fundamental que as novas empresas que se dizem de tecnologia, mas na verdade são veículos de comunicação, tenham a mesmas responsabilidades que temos pelo conteúdo distribuído —afirmou Tonet.
Já o presidente da Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaerte), Guliver Augusto Leão, elogiou a formação do grupo parlamentar em defesa da radiodifusão.
— Acredito que esse grupo de parlamentares se dedicará a um dos pilares da sociedade democrática: a liberdade de expressão e de imprensa. Somente com esses princípios constitucionais poderemos assegurar o trabalho do jornalismo e dos jornalistas profissionais, que desempenham seu trabalho com responsabilidade —discursou.