Correio Braziliense, n. 21408, 27/10/2023. Brasil, p. 6

EUA quere, reduzir demanda por vistos

Maria Eduarda Cardim


Com a decisão do governo norte-americano de permitir, com restrições, a entrada de estrangeiros ao país a partir de de 8 de novembro, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciou a abertura de vagas para emissão de visto ainda em 2021. Trata-se de uma medida para atender à demanda represada. Para ingressar nos Estados Unidos, os visitantes devem estar completamente vacinados e apresentar teste negativo para a covid-19 até três dias antes do embarque.

"Entendemos que a demanda vai ser grande. Todas as equipes consulares vão fazer o máximo para abrir mais vagas para entrevistas. Os solicitantes devem sempre verificar com o site do agendamento de vistos a disponibilidade de vagas para entrevistas", informou, em entrevista coletiva, o porta-voz da embaixada dos EUA em Brasília, Tobias Bradford.

O pedido para agendamentos de emissão de vistos estava fechado desde maio de 2020. A marcação de alguns tipos de vistos, como para estudantes, jornalistas e pessoas que apresentassem exceção de interesse nacional, passou a ser permitida a partir de maio deste ano.

Bradford recomenda os interessados a seguirem as redes sociais da embaixada e dos consulados para acompanhar novidades do agendamento de visto. "Nós entendemos bem a importância dessas viagens para os nossos amigos brasileiros e também é um assunto de grande importância para os Estados Unidos", ressaltou o funcionário da embaixada.

Para entrar nos Estados Unidos, a partir de 8 de novembro, os brasileiros devem estar completamente vacinados e devem apresentar também um teste negativo de covid-19 até três dias antes do embarque. Crianças e adolescentes até 17 anos não precisam comprovar a vacinação, mas precisam mostrar o teste negativo de covid-19 antes do embarque. A embaixada americana indicou que alguns tipos de testes serão aceitos, mas não especificou quais.

Vacinas aceitas
Os viajantes devem procurar mais informações com as companhias aéreas com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). "A melhor fonte de informação é o CDC. Vários testes são válidos. O ideal é entrar em contato com a companhia aérea, porque eles é que vão informar o viajante, já que precisam verificar essa entrada. Mas vamos aceitar testes rápidos, testes RT-PCR", esclareceu o chefe da seção consular da embaixada americana de Brasília, Antonio Agnone.

Todas as vacinas contra a covid-19 aprovadas para uso emergencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS) serão aceitas no embarque para os Estados Unidos. Dessa forma, os imunizantes autorizados no Brasil (AstraZeneca, CoronaVac, Pfizer e Janssen) estão liberados. Quem tomou a primeira dose de uma vacina e a segunda de outro imunizante também poderá viajar aos Estados Unidos. No Brasil, este foi o caso de algumas grávidas, por exemplo, que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca e completaram o esquema vacinal com a segunda dose da Pfizer.

Para comprovar a vacinação, o viajante deve levar o registro da imunização em papel ou de forma digital, desde que tenha sido emitido por uma fonte oficial e contenha nome, data de nascimento, qual vacina foi aplicada e a data de aplicação das doses.

Máscara no Rio
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou ontem o projeto de lei 5.010, que desobriga o uso de máscara em local aberto em todo o estado. A proposta deve ser sancionada hoje. Além disso, a Secretaria de Saúde do estado deve publicar uma nota técnica para estabelecer critérios que devem ser seguidos para a flexibilização do uso do equipamento de proteção individual.

Caberá ainda a cada município fluminense a decisão final, pois, em caso de divergência entre regras estaduais e municipais, vale a medida mais restritiva, segundo o projeto de lei aprovado. A cidade do Rio de Janeiro já tem um decreto pronto para dispensar a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos. A medida deve ser publicada também hoje, já que 65% da população carioca total está completamente imunizada.

"A decisão tem base científica. Esse decreto que a gente deve publicar amanhã (hoje) libera o uso de máscaras em espaços públicos, mantém o uso de máscaras em espaços fechados, se tiver muita aglomeração tem que manter o uso de máscaras", explicou o prefeito Eduardo Paes durante live feita após a votação da Alerj.

O presidente da Alerj e autor do projeto, deputado André Ceciliano (PT), comentou o encaminhamento do projeto de lei. "Não estamos indo contra a ciência. Estamos remetendo à Secretaria de estado da Saúde. Pois já é hora. Mas vamos manter em locais fechados. Nós acreditamos na ciência, e quem vai decidir é a ciência. A política não vai intervir. Chegou a hora de começarmos a pensar a flexibilização", disse.