Título: PSDB tacha PT de ''ineficiente''
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Fonte: Jornal do Brasil, 16/04/2005, País, p. A2

Tucanos usarão discurso da má gestão em 2006

UNA, BA - Governadores tucanos potenciais candidatos à sucessão presidencial em 2006 tentarão lucrar politicamente com a discussão sobre contratações de servidores e aumento de gastos públicos. O objetivo é colar no PT o carimbo da ''ineficiência administrativa''.

Enquanto o governo Lula se esforça para responder aos ataques de inchaço da máquina, os tucanos criticam o que chamam de má gestão das verbas.

- O debate será construído em torno da eficiência. Se queremos construir uma alternativa sucessória viável, é preciso mostrarmos que temos melhor capacidade de gestão do que quem está no poder. Esse vai ser o centro do debate - afirmou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).

O mineiro participou ontem, ao lado dos governadores tucanos de São Paulo, Geraldo Alckmin, e Goiás, Marconi Perillo, do Fórum Empresarial de 2005, realizado na ilha de Comandatuba, na Bahia.

- O que nos preocupa é o fato de que os gastos correntes no governo federal estão crescendo: Previdência, pessoal e custeio. E os investimentos (estão) baixos. Diminuir gastos correntes para investir mais: esse é o grande debate na medida em que as questões macroeconômicas não são iguais (entre PT e PSDB), mas as diferenças diminuíram - afirmou Alckmin.

Perillo também disse que um dos principais parâmetros do debate de 2006 ''será, não só a ética, mas a eficiência''.

Excluindo os juros, os gastos da União passaram de R$ 259 bilhões, em 2003, para R$ 306 bilhões em 2004. As despesas com pessoal aumentaram 12,4%.

- Minas tem feito enorme esforço na direção de enxugamento da máquina, mas seria necessário que no plano federal houvesse maior rigor do controle dos gastos públicos. Estamos assistindo ao crescimento do custeio da máquina, cargos novos sendo criados numa linha inversa do que estamos fazendo nos estados - criticou Aécio.

Junto aos tucanos, os governadores da Bahia, Paulo Souto (PFL), Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), e Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), pediram ao Planalto a descentralização da arrecadação.