Título: Bancada decidirá se Eurides fica
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Fonte: Jornal do Brasil, 16/04/2005, Brasília, p. D1

Permanência de deputada na CPI da Educação, que evita se pronunciar, depende agora de reunião do PMDB

Caberá à bancada do PMDB a palavra final sobre a permanência da deputada Eurides Brito na CPI da Educação na Câmara Legislativa. O líder da legenda, deputado Odilon Aires, marcou para a próxima terça-feira um encontro com os peemedebistas para discutir a questão, lançada ontem durante reunião da comissão que investigará suposto direcionamento em licitações na Secretaria de Educação, entre 1999 e 2005. Eurides esteve à frente da pasta até 2002. A participação da distrital na CPI, cuja gestão está sendo questionada, foi colocada pelo presidente da comissão, deputado Augusto Carvalho (PPS), e pelo relator Paulo Tadeu (PT). Augusto mostrou à deputada manifestos da Federação dos Estudantes Secundaristas de Brasília e do Sindicato dos Transportadores de Escolares e Turismo do DF que chegaram a seu gabinete pedindo a saída da parlamentar.

Eurides, no entanto, delegou ao PMDB a retirada ou não de seu nome. Ela só examinaria a possibilidade de sair caso seu desafeto José Edmar (Prona) fizesse o mesmo. Edmar já disse que não tem a intenção de deixar os trabalhos. O líder de seu partido, deputado Wilson Lima, dá apoio a ele.

- É uma situação que desgasta a CPI e a Câmara. Em qualquer lugar do mundo, alguém que é citado nominalmente em uma denúncia declara-se impedido de participar das investigações e pede afastamento - afirma Augusto, ressaltando que Eurides foi citada nominalmente durante o depoimento do ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL) da Secretaria de Educação Achilles de Santana, na terça-feira.

A distrital, porém, afirma que não se sente desconfortável para continuar.

- Se isso [acusação em depoimento]vira jurisprudência, quando alguém tiver algo contra qualquer membro da CPI vai lá e mente, como ele fez. Temos que trabalhar com base em provas - disse a deputada.

A próxima reunião da CPI foi marcada para terça-feira, quando haverá novos depoimentos. Serão ouvidos Eduardo Bessa Maia, funcionário do núcleo de programação e controle de compras da Secretaria, e Eduardo Fontenelles Fraga, integrante da CPL.

Foram aprovados requerimentos para convocar outros servidores da Educação, inclusive citados por Achilles na durante seu depoimento, acusados de envolvimento com fraudes. O empresário Nelson Lawal, vencedor de uma licitação supostamente direcionada em 1999, também deverá prestar esclarecimentos aos parlamentares, mas a data ainda não foi definida. Os deputados requereram ainda cópias das concorrências sob suspeita e dos supostos pagamentos feitos pela empresa Jovem Turismo a diárias da ex-secretária Maristela Neves no Hotel Parthenon.