O Globo, n. 31439, 04/09/2019. País, p. 8

Sessão na Câmara homenageia 50 anos do Jornal Nacional


A Câmara fez ontem uma sessão solene em homenagem aos 50 anos do Jornal Nacional (JN), da TV Globo. Convidados e parlamentares destacaram o papel do telejornal para a democracia e integração do país.

— Um dos mais importantes papéis é a integração que o Jornal Nacional fez de um país tão grande e continental como o nosso. Pelo Jornal Nacional, os brasileiros do Sul passaram a conhecer melhor os do Norte — afirmou o presidente da Câmara,

Rodrigo Maia (DEMRJ), em discurso que também defendeu a importância do JN para a democracia.

Em seu discurso, o vice presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), agradeceu as homenagens e destacou o papel dos “colegas jornalistas”, ressaltando que “eles fazem o Jornal Nacional com independência e responsabilidade”.

Sem igual

Tonet leu uma mensagem do presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, João Roberto Marinho, que não pôde comparecer à solenidade. No texto, João Roberto Marinho destacou o número crescente de acesso a sites e das TVs por assinatura no país. “Uma coisa, no entanto, mantém um lugar de centralidade absoluta na vida dos brasileiros: o Jornal Nacional. Em agosto passado, cerca de metade de todos os televisores ligados estava sintonizada no JN. Um desempenho sem igual não somente no Brasil, mas mundo afora”, concluiu.

Para João Roberto Marinho, o êxito do JN é fruto do reconhecimento de que “o jornalismo que lhes é oferecido tem qualidade”. “A essência do seu sucesso se assenta na premissa de que noticia os fatos com isenção, o princípio maior do bom jornalismo. E faz isso porque é independente, editado por uma empresa cujo objetivo e o negócio é fazer comunicação de qualidade”, registrou o presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo.

Em seu discurso, Rodrigo Maia pontuou ainda que o Brasil vive um desafio com a “revolução tecnológica”.

— As fake news prosperam em relação à verdade. Nesse contexto, nós sabemos que, para combater a falsa informação, a mentira, as informações distorcidas, temos a imprensa brasileira — disse o presidente da Câmara.

Brasil integrado

Líder do MDB na Casa, Baleia Rossi (SP) também destacou a capacidade do telejornal de fazer com que os brasileiros se conheçam:

— O Rio Grande do Sul começou a conhecer os problemas do Pará, São Paulo, do Amapá, e vice-versa. (O JN) uniu nosso país. E também abriu os olhos da nossa população para o mundo, como na cobertura da Guerra do Golfo.

O proponente da homenagem, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), afirmou que “todas as notícias relevantes do Brasil e do exterior no último meio século foram transmitidas pelo JN”.

O deputado José Guimarães (PT-CE) ressaltou ontem que as reportagens do noticiário da Globo “mostram informações dos rincões do país, com qualidade e veracidade”.

— São reportagens que interessam à sociedade. É um espaço fundamental de levar informação de qualidade.

Eduardo Bolsonaro (PSLSP), filho do presidente Jair Bolsonaro, defendeu a liberdade de imprensa:

— No que depender desse deputado aqui, os senhores vão ter total carta branca para falar o que bem entenderem. E aqueles que não estiverem satisfeitos, a legislação hoje, nacional, já prevê instrumentos,se for noca sode um crime contra a honra, um direito de resposta, que, por vezes, a própria Globo já fez, já exibiu nos seus telejornais. Então, eu queria apenas pontuar isso e desejar bom trabalho a todos.

Antes dos discursos, um vídeo com momentos marcantes do Jornal Nacional nos últimos anos, como as coberturas das eleições presidenciais e de conflitos internacionais, foi exibido. A primeira edição do Jornal Nacional entrou no ar em 1º de setembro de 1969.

“A essência do seu sucesso se assenta na premissa de que noticia os fatos com isenção, o princípio maior do bom jornalismo”

João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, sobre os 50 anos do Jornal Nacional