Título: A variação mais forte da maconha
Autor: Ricardo Albuquerque
Fonte: Jornal do Brasil, 16/04/2005, Rio, p. A13

O quilo de skunk apreendido pela Polícia Federal renderia ao trafico cerca de R$ 40 mil. A droga é considerada a espécie mais potente de supermaconha comercializada no mundo. O skunk contém cerca de 33% de THC (tetrahidrocanabinal), alucinógeno que atua diretamente no sistema límbico do cérebro, alterando o controle dos impulsos e do comportamento do ser humano. A diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), da Uerj, Maria Thereza Aquino, explica que a maconha cultivada no Brasil contém apenas 3% de THC, índice inferior ao skunk, espécie que reúne o cruzamento de duas espécies de plantas, cultivadas em ambiente e temperatura controlados. Outra maneira de obter a droga é prensar a Cannabis sativa (nome científico da maconha) a alta pressão até que libere o óleo de haxixe.

A psiquiatra Maria Thereza Aquino revela que nos últimos cinco anos aumentou o número de adolescentes, na faixa de 12 a 14 anos, com problemas de comportamento em virtude do consumo da supermaconha ou de ecstasy.

- Esse fluxo de pessoas muito jovens é preocupante, porque o mais comum era estarmos atendendo, no Nepad, jovens entre 23 e 25 anos. A superdroga torna os adolescentes e os pré-adolescentes mais agressivos, impulsivos e descontrolados - analisa a especialista.

De acordo com a Polícia Federal, as drogas híbridas começaram a desembarcar no Brasil no final da década de 80. Época em que o tráfico internacional aumentou o fluxo de rotas, utilizando o território brasileiro como um dos principais itinerários, para comercializar os produtos importados.