Título: Brasil retira candidatura à OMC
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 16/04/2005, Economia & Negócios, p. A18

Falta de apoio a Seixas Corrêa leva governo a desistir de concorrer a cargo de diretor-geral da instituição

Folhapress

O governo federal decidiu retirar a candidatura do embaixador brasileiro Luiz Felipe Seixas Corrêa ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC). O anúncio foi feito ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Seixas Corrêa tinha poucas chances de vitória. Segundo balanço divulgado pelo Conselho Geral da OMC, o brasileiro contava com o menor apoio entre os quatro candidatos.

Após realizar duas semanas de consultas aos países-membros da organização, a presidente do Conselho, Amina Mohamed, informou que o francês Pascal Lamy aparece como candidato mais forte. Também na disputa e à frente do brasileiro aparecem Jayen Cuttaree, das Ilhas Maurício, e o uruguaio Carlos Pérez del Castillo.

- Chegamos à conclusão que o candidato com menos possibilidades de obter um consenso é o candidato do Brasil- disse ela. As regras eleitorais da OMC estabelecem que o candidato que aparece em último lugar nessa primeira sondagem deve retirar-se. Na próxima semana, outro levantamento será feito. O candidato que obtiver maior apoio será considerado vencedor e deverá ser designado por consenso pelos países-membros até o final de maio.

O vencedor vai substituir o tailandês Supachai Panitchpakdi, cujo mandato termina no dia 31 do próximo mês. Lamy, que até agora tem o maior apoio, conta com o respaldo de todos os países da União Européia e foi bastante elogiado pela diplomacia americana.

O lançamento tardio da candidatura brasileira pode ter sido um dos principais motivos da saída precoce do embaixador da disputa.

- O lançamento ocorreu quando o quadro da disputa já estava mais ou menos definido e o Brasil acabou ficando com poucos votos na região - avaliou Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington.