O Globo, n. 31438, 03/09/2019. País, p. 11

Reprovação de Bolsonaro sobe de 33% para 38%


Pesquisa Datafolha publicada ontem pelo jornal “Folha de S.Paulo” aponta que a reprovação do presidente Jair Bolsonaro aumentou de 33% para 38% em pouco menos de dois meses — o levantamento anterior é do início de julho. O percentual que avalia o governo como ruim ou péssimo ultrapassa o número de entrevistados que o considera ótimo ou bom.

A pesquisa mostra que a aprovação de Bolsonaro também caiu de 33%, em julho, para 29%, agora — dentro do limite da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos. Já a avaliação do governo como regular ficou estável, de 31% em julho para 30%. Em abril, 30% consideravam o governo ruim ou péssimo, total semelhante ao dos que consideravam ótimo ou bom (32%) ou regular (33%).

Com 38% de reprovação, Bolsonaro continua sendo o presidente eleito mais mal avaliado num primeiro mandato, comparado a Fernando Henrique, Lula e Dilma Rousseff. Nos primeiros oito meses de governo, Bolsonaro apresentou rejeição maior que seus antecessores: Dilma (11%), Lula (10%) e FH (15%).

Questionado a que atribuía o aumento na desaprovação, Bolsonaro criticou o instituto de pesquisa:

— Ao Datafolha. Alguém acredita em Datafolha? Você acredita em Papai Noel?

Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que quem tem de se preocupar com a reprovação da gestão de Bolsonaro é o próprio governo. Disse, no entanto, que não há como comparar o momento atual com o de presidentes anteriores, com avaliações melhores no mesmo período, uma vez que Bolsonaro encontrou um país em recessão.

A rejeição ao comportamento de Bolsonaro teve alta. O índice dos que acham o comportamento de Bolsonaro inadequado subiu de 25% para 32%. Os que veem com bons olhos suas atitudes diminuíram: de 22% para 15%.

Ainda segundo a pesquisa, 44% dos entrevistados não confiam na palavra do presidente, enquanto 36% confiam eventualmente e 19%, sempre. A maioria da população discorda de declarações polêmicas feita por Bolsonaro.

O levantamento, feito entre 29 e 30 de agosto com 2.878 pessoas em 175 cidades, levou em consideração quatro declarações, entre elas a que sugere “fazer cocô dia sim, dia não” para reduzira poluição. Pela pesquisa, 88% discordam disso, 10% concordam, 2% não sabem e 1% não concorda, nem discorda.