Correio Braziliense, n. 21415, 03/11/2021. Política, p. 4

Choro e homenagem a pracinhas



Após a execução dos hinos nacionais de ambos os países, durante a homenagem aos pracinhas brasileiros que morreram durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente depositou uma coroa de flores, momento seguido de um "toque de silêncio". "Pela primeira vez, estou em solo italiano. Solo este, nesse momento sagrado para nós onde rememoramos aqueles que tombaram em luta por aquilo que é de mais sagrado entre nós: a nossa liberdade", apontou.

Na época da Segunda Guerra, os soldados mortos no conflito foram sepultados no Cemitério Militar Brasileiro na Itália, que abrigou os restos mortais de 462 combatentes entre os anos de 1945 e 1960, quando ocorreu o translado para o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Durante o discurso, Bolsonaro lembrou origens italianas por parte do bisavô e defendeu que "mais importante que a própria vida, é a nossa liberdade". "Esta é a terra também de meus antepassados. Hoje um sétimo da população brasileira, 30 milhões de pessoas, tem origem italiana. Em 1943, um dever nos chamava a voltar para a Itália e lutar por liberdade. Assim, 25 mil soldados brasileiros cruzaram o Atlântico, muitos de origem italiana, e para cá vieram. Dois anos depois, quase 500 brasileiros aqui pereceram, mas a vitória se fez presente. Ouso dizer: mais importante que a própria vida, é a nossa liberdade."

Ainda participaram da cerimônia os ministros Carlos França (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); e o embaixador do Brasil na Itália, Hélio Ramos.

Na segunda-feira, após ter participado do G20 no final de semana, o presidente visitou a Basílica de Santo Antônio de Pádua. Horas antes do passeio, manifestantes contrários ao presidente brasileiro entraram em confronto com a polícia, que usou cassetetes, bombas de gás lacrimogêneo e disparos de jatos d'água para conter o protesto, que acabou com uma mulher presa.

"Emoção muito grande"
Em Pádua, o chefe do Executivo chegou a chorar ao ouvir música italiana que a mãe costuma cantar e reencontrou parentes ao visitar a cidade de Pádua, em Anguillara Veneta, na Itália, local de origem do bisavô paterno. Em uma live ao vivo por meio das redes sociais, o chefe do Executivo se disse emocionado ao encontrar parentes e disse ter sido bem recebido na cidade de seus antepassados.

"Estou aqui em Pádua, origem da família Bolsonaro. É uma emoção muito grande encontrar os parentes. Foi a primeira vez em que estive na Itália, então é bom a gente rever as raízes. Por que meus avós foram para o Brasil? Qual o motivo? Obviamente, foram em busca de dias melhores pela dificuldade que a Itália apresentava no momento. É gratificante. Fui bem recebido e ainda estou sendo", disse.

Bolsonaro ainda participou de um almoço oferecido em sua homenagem pela prefeita Alessandra Buoso, do partido de ultradireita. O presidente apareceu chorando, emocionado, ao ouvir um cantor interpretar a música Mamma, na Itália, em um vídeo divulgado pelo deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). Segundo ele, sua mãe, dona Olinda Bolsonaro, de 94 anos, costuma cantar a canção desde sua infância. Na imagem, o chefe do Executivo aparece no encontro com parentes distantes na Anguillara Veneta.