Título: ANP aposta em área pouco explorada
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 19/04/2005, Economia & Negócios, p. A19

A definição dos blocos que serão disputados na Sétima Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra a intenção do governo de incentivar investimentos em novas fronteiras. Dos 1.130 blocos ofertados, 88% estão localizados em regiões pouco exploradas e conhecidas geologicamente. A falta de dados em quantidade costuma afugentar investidores.

Pela primeira vez, áreas localizadas nas bacias de Pelotas e no rio São Francisco serão ofertadas. Também constarão do leilão blocos nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Potiguar, Camamu-Almada e Jequitinhonha.

Por outro lado, áreas atrativas como as bacias de Santos, do Espírito Santo e de Campos também estão incluídas. São 87 blocos atraentes aprovados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que também autorizou a inclusão na licitação de 430 blocos em bacias maduras (com pequeno potencial de grandes descobertas). Há expectativas, ainda, quanto a descobertas de gás natural.

Com relação ao gás natural, a gerente-geral de Desenvolvimento do Mercado de Gás e Energia da Petrobras, Luciana Rachid, anunciou que a empresa não repassará para o consumidor brasileiro, pelo menos até o fim deste ano, os aumentos promovidos nos preços do insumo na Bolívia. Da mesma maneira que mantém estáveis os preços de gasolina e óleo diesel, justificou, a Petrobras tem preservado os valores do gás natural.

Se as altas nos contratos com as distribuidoras tivessem sido repassadas integralmente aos preços, a tarifa hoje estaria em US$ 3,87 por milhão de BTU. Mas o preço é de US$ 3,54 por milhão de BTU. Por trás do congelamento do gás natural, está a tentativa de aumentar o mercado do insumo.