Título: Manifestante quer 2º turno na UnB
Autor: Soraia Costa
Fonte: Jornal do Brasil, 19/04/2005, Brasíli, p. D8
Embora Conselho tenha fixado regras para sucessão, dissidentes cobram paridade entre professores, alunos e funcionários
A polêmica reunião do Conselho Universitário (Consuni) realizada na última sexta-feira para decidir o calendário e as regras para a eleição do novo reitor da Universidade de Brasília está gerando protestos em diferentes setores da comunidade acadêmica. A Reitoria é acusada de ter começado a reunião antes do horário para evitar a possibilidade de um segundo turno nas eleições, cuja votação foi marcada para os dias 15 e 16 de junho. A escolha das regras e dos dias da eleição deveria ter sido feita no dia 8 deste mês, mas a reunião precisou ser interrompida e suspensa devido à confusão que se formou. Como a reunião era aberta, houve manifestações contrárias, principalmente por parte de grupos de estudantes, que exigiam a paridade de votos. O barulho incomodou conselheiros e culminou no encerramento da sessão.
- Houve pessoas que não respeitaram o conselho - afirmou o diretor do Instituto de Geociências, Nilson Botelho.
Atualmente as eleições são decididas de forma proporcional, pela qual os professores têm direito a 70% dos votos, enquanto os funcionários e estudantes contam com 15% cada. É o que consta da fórmula aprovada pelo Consuni, como nas eleições passadas. Um dos pontos mais polêmicos trata da paridade entre as três categorias, que teriam peso igualitário.
- Toda esta briga está acontecendo em função do processo eleitoral - garante o reitor da UnB, Lauro Morhy.
O reitor afirma que, faltando cerca de um mês para a reunião do Consuni, enviou documento com os principais pontos que seriam discutidos a todos os departamentos da universidade.
- Não existe nada mais democrático que ouvir a base - afirmou Morhy.
Para evitar a confusão da primeira reunião, o reitor se encontrou informalmente com conselheiros para verificar a possibilidade de permitir apenas a entrada dos membros do Consuni na reunião que aconteceu no dia 15. Segundo o reitor, isso foi uma reivindicação feita à Secretaria dos Órgãos Colegiados por vários departamentos.
Foram convocados policiais militares e seguranças do campus para impedir a passagem dos manifestantes.
Para evitar confusão, a Reitoria convocou o auxílio de seguranças e policiais militares que impediram a entrada dos manifestantes que permaneceram no térreo do prédio. Embora conselheiros afirmem que também foram impedidos de entrar no prédio e digam ter sido agredidos, Morhy garante que quem fazia parte do Consuni e quis entrar na reunião, conseguiu.
- Temos as fitas de segurança da Reitoria que provam isso. Caso haja necessidade judicial, iremos apresentá-las - completou o reitor.