Título: Maternidade é fiscalizada
Autor: Ricardo Albuquerque
Fonte: Jornal do Brasil, 20/04/2005, Rio, p. A16

Representantes da Vigilância Sanitária estadual, na companhia do deputado estadual Paulo Pinheiro, presidente da comissão de Saúde da Alerj, fizeram ontem uma vistoria na Maternidade Leila Diniz, em Jacarepaguá, onde uma criança morreu e outras três continuam internadas na UTI com suspeita de contaminação por uma bactéria. Em mais de quatro horas na maternidade, os técnicos encontraram irregularidades como a redução do número de leitos de 62 para 48, causando a superlotação na unidade. Setores como a UTI estão funcionando de forma improvisada e já não recebem novos pacientes.

Uma comissão da Vigilância, formada por médicos, farmacêuticos, nutricionistas e enfermeiros, vai avaliar se a unidade tem ou não condições de funcionamento.

- Esta é a única maternidade que atende a população de Jacarepaguá. Não há sinal de solução para os problemas já existentes e as obras continuam paradas - declarou Paulo Pinheiro, referindo-se à construção de uma nova maternidade no local.

Segundo o deputado, um convênio assinado em 2001 entre a Prefeitura do Rio e o Ministério da Saúde, que previa o repasse de R$ 2,1 milhões para obras no local, foi cancelado porque o município não cumpriu algumas exigências previstas no contrato.

O deputado informou que o quadro clínico das três crianças contaminadas, que recebem antibióticos, apresentou melhora. Pinheiro vai pedir à Secretaria Municipal de Saúde a listagem de todos os bebês que morreram entre os meses de março e abril para apurar possíveis irregularidades nas causas das mortes.

A situação na Maternidade Leila Diniz preocupa pacientes e seus parentes. O carpinteiro Joaquim Souza Nascimento foi ao hospital para saber notícias da filha recém-nascida e das mulher, Antônia.

- Fico com medo mas esta é a única opção que temos na área - lamentou Joaquim.