Título: Autonomia do BC divide analistas
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 20/04/2005, Economia & Negócios, p. A19

A autonomia do Banco Central hoje já é grande o suficiente e uma autoridade monetária independente não é sinal de inflação mais baixa em países em desenvolvimento. Essa é a argumentação do economista João Paulo Batista Júnior, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), para defender sua posição contrária à independência do BC. O assunto foi tema de audiência pública promovida ontem pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, à qual o professor esteve presente.

- Vamos dar mais poder a essa instituição, mais autonomia do que ela já tem, transformando seus diretores em indemissíveis, retirando do presidente da República o direito de demitir diretores quando considerar adequado?

De acordo com o professor, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra que a autonomia não reduziu a inflação em países em desenvolvimento. Ele comentou que o Brasil não pode tentar seguir os países europeus.

Para o economista Edmar Bacha, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a favor da independência do BC, a medida permitiria, de forma direta, uma inflação menor e, de forma indireta, o aumento do potencial de crescimento do Brasil. Ele defendeu mandatos fixos para a diretoria do BC e disse que a autonomia deveria ser estabelecida por emenda constitucional, para que os investidores tivessem mais confiança no processo.

Com agências