Título: Seca afeta emprego formal
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Fonte: Jornal do Brasil, 20/04/2005, Economia & Negócios, p. A19
Agricultura puxa queda de 15% nas contratações
BRASÍLIA - Apesar de o emprego formal ter registrado, no primeiro trimestre do ano, o segundo melhor resultado desde 1992, o ritmo de contratação em dois setores essenciais da economia - indústria e agricultura - apresentou forte redução no período, na comparação com os três meses iniciais de 2004.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mostram que, no primeiro trimestre de 2005, foram gerados 292.222 postos de trabalho. O resultado é 15,9% inferior ao do mesmo período do ano passado, quando o saldo positivo do emprego alcançou sua marca recorde (347.392).
De acordo com o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, os resultados registrados até março foram prejudicados pela estiagem no Rio Grande do Sul e situações sazonais. Assim, a geração de empregos na agricultura começa a perder vigor. No primeiro trimestre do ano, o setor abriu pouco mais de 4 mil empregos formais, contra 22 mil no mesmo período de 2004 - queda de 81% no ritmo de abertura das vagas.
Berzoini admite, ainda, que o desempenho da indústria da transformação no primeiro trimestre também preocupa. De janeiro a março, as vagas criadas no setor limitaram-se a 51.613 - menos da metade dos 124.933 postos verificados no mesmo período de 2004.
- Neste ano, houve crescimento de 0,88% (em relação ao estoque de empregados na indústria em dezembro de 2004). Isso não chega a 0,3% ao mês. Mas, como no ano passado houve recuperação muito forte do setor, agora a tendência é de crescimento mais lento.
Apesar da queda no ritmo de contratações, Berzoini comemorou os números.
- O resultado foi bastante positivo. Não só o dado do trimestre é o segundo melhor da série histórica do Caged como também o de março. Em março, houve crescimento de 0,41% no nível de emprego formal em relação a fevereiro.
Ele disse que a taxa de juros ainda não prejudicou o mercado de trabalho.
- Até agora, há um movimento forte de investimentos. Como boa parte da economia não depende dessa taxa para se financiar, não há expectativa de que isso possa mudar a tendência de investimentos, a não ser que se prolongue por muito tempo.
Com Folhapress