O Estado de S. Paulo, n. 46566, 15/04/2021. Metrópole, p. A21

Pfizer vai antecipar 2 milhões de doses ao Brasil, afirma Queiroga



O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ontem que a Pfizer deve antecipar o envio de cerca de 2 milhões de doses ao Brasil no primeiro semestre. Agora, a previsão de entrega até junho passou para cerca de 15,5 milhões de imunizantes. Queiroga não informou quando os lotes começam a chegar ao País.

A Saúde contratou 100 milhões de doses da Pfizer após meses de negativas a ofertas da empresa. Pelo menos 3 milhões já poderiam ter chegado ao País, caso o governo Jair Bolsonaro tivesse aceitado as primeiras tratativas com o laboratório, abertas ainda em 2020. Como revelou o Estadão, o governo chegou a elaborar um dispositivo para destravar a compra com a companhia por meio de uma medida provisória, no fim de 2020, mas a versão final do texto foi alterada.

Em declaração no Palácio do Planalto, Queiroga disse que a antecipação das doses foi "fruto de uma ação direta" de Bolsonaro. A Saúde não tem atualizado cronogramas de entregas das vacinas, após críticas por recuos nas previsões de doses que chegariam a cada mês ao País.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que Queiroga prometeu 520 milhões de vacinas até o fim do ano. A Saúde vinha informando que seriam 560 milhões.

Não está claro se Pacheco se equivocou, se os cerca de 48 milhões de doses já entregues não foram somadas ao cronograma ou se a Saúde voltou a reduzir a expectativa de distribuição de imunizantes. Procurada, a Saúde não se manifestou.

Covax. Queiroga também repetiu que o governo tenta antecipar a chegada de vacinas já contratadas. O ministro citou pressão para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) priorize o Brasil em entregas por meio do consórcio Covax Facility. O ministério espera receber cerca de 42 milhões de doses em 2021 por esse mecanismo, mas até agora só cerca de 1 milhão chegou ao País.