Título: Racha nacional pelo governo do Rio
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 21/04/2005, País, p. A3

Presidente do PPS reage à candidatura de Ciro Gomes e diz que Denise Frossard está na disputa pelo Palácio Guanabara

TERESINA e CURITIBA - O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, sugeriu ontem que o ministro da integração Nacional, Ciro Gomes, apresse sua saída da sigla ''e deixe de desrespeitar companheiros do partido''. Foi uma reação à notícia de que o ministro estuda trocar o PPS pelo PSB até outubro e disputar o governo do Rio pelo novo partido, no próximo ano, como adiantou o JB na terça-feira.

- O que Ciro ainda está fazendo no PPS? Desmoralizando o partido? - perguntou Freire.

O presidente do partido disse esperar que o ministro ''respeite os companheiros do Rio'' enquanto continuar no partido. Segundo ele, a deputada federal Denise Frossard (PPS-RJ) já é a pré-candidata do PPS ao governo do Rio.

Freire se tornou um adversário interno do ministro no PPS por não conseguir convencê-lo a deixar o governo Lula e seguir com ele para a oposição. O presidente nacional do PPS fez ironias sobre o projeto político de Ciro no Rio.

- O ex-governador do Paraná Jaime Lerner também pretende disputar o governo do Rio. Vai ser uma briga boa no PSB: Lerner versus Ciro - alfinetou.

No ano retrasado, Lerner trocou o PFL do Paraná pelo PSB do Rio para disputar a prefeitura carioca, mas acabou desistindo. Sua assessoria não confirmou a idéia de disputar o governo.

Já Ciro Gomes confirmou, pela segunda vez em uma semana, que pensa em se candidatar ao governo do Rio. Ciro admitiu a possibilidade de sair do PPS para disputar o cargo:

- Mudar de partido é desagradável. Pelo meu gosto eu não saio, mas fazer o quê? Tenho uma discussão interna sobre a metodologia que meia dúzia de burocratas tem imposto sobre o PPS, e o partido está se desmilinguindo.

Em visita a Curitiba, Freire - que é deputado federal por Pernambuco - confirmou a intenção de concorrer à presidência da República em 2006:

- Só não disputo se houver um acordo com partidos aliados, como o PDT e PV, sobre outro nome - disse.

Freire voltou às críticas ao governo que já teve o PPS como aliado:

- Do governo PT se sobressaem duas coisas: a política econômica de FHC que, apesar de eu não concordar com ela, está dando certo, e a articulação interna para a reeleição de Lula.