Título: Reação comedida
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 21/04/2005, Internacional, p. A9

Conservador e alemão. A imprensa mundial insistiu nos dois únicos fatos amplamente conhecidos sobre a eleição de Joseph Ratzinger. Referências ao ''Rottweiler de Deus'' e ao ''implementador'' dos dogmas de João Paulo II estiveram presentes nos países de maioria católica.

''Um lutador para combater a modernidade'', concluiu o italiano La Repubblica . Já o Corriere della Sera definiu Bento XVI como ''homem de grande cultura, avesso a aplausos''. A França reagiu com ceticismo. ''Intransigência'' era o título do editorial do Libération, . O conservador Le Figaro atribui a pouca duração do Conclave à ''ausência de divisão''. Da Bavária, terra do novo pontífice, o liberal Sueddeutsche Zeitung disse que Ratzinger ''não é um monstro'' e que o novo papa pode surpreender. O Die Welt entendeu que a reputação de conservador é um chavão, alegando que João Paulo II não poderia ter aberto a Igreja para o mundo como fez sem Ra ajuda de Ratzinger.

Nos EUA, o jornal The New York Times avalia que Bento XVI sabe que pode ter um papado breve e pretende agir rápido para imprimir sua marca na Igreja e reverter o declínio no Ocidente. Menos contentes estavam os editoriais na Turquia, a qual Ratzinger irritou ao se opor à entrada do país muçulmano na União Européia. ''O novo papa é contra a Turquia'', disse o diário liberal Radikal . A imprensa gay lamentou. Henk Krok, editor da revista holandesa Gray Krant, disse: - A fumaça branca foi negra para muitos homossexuais.